Jornal Estado de Minas

Flórida se prepara para enfrentar furacão Isaías

Flórida, um estado duramente castigado pela pandemia de coronavírus no sudeste dos Estados Unidos, se prepara neste domingo (2) para enfrentar a passagem do Isaías, que deve ganhar intensidade de furacão depois de ter afetado o arquipélago caribenho das Bahamas no dia anterior.





As previsões estimam que o ciclone pode ganhar força e tornar-se um furacão ao chegar nas costas da Flórida, onde colocará à prova os serviços de emergência em um dos estados mais afetados pela pandemia de COVID-19.

Isaías, que deixou chuvas torrenciais nas Bahamas e retrocedeu para tempestade tropical neste sábado à noite, soprava ventos de até 110 km/h sobre o estreito da Flórida.

O Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami, indicou que a tempestade iria se fortalecer e tornar-se um furacão durante a noite, ao se aproximar do sudeste da Flórida, antes de avançar rumo à costa leste da península.

O condado de Palm Beach, 120 km ao norte de Miami, emitiu um aviso de evacuação voluntária.

Segundo o NHC, "embora o Isaías tenha se enfraquecido após sua passagem pela ilha de Andros (nas Bahamas), deve se fortalecer na noite deste sábado e no domingo pela manhã, quando o ciclone se deslocar para as águas quentes do estreito da Flórida e da Corrente do Golfo".





"Isaías deve permanecer um furacão até segunda-feira, seguido por uma degradação progressiva na noite de segunda ou na terça-feira", acrescentou o órgão.

A NASA, que acompanha de perto a evolução da tempestade, afirmou que a mesma poderia prejudicar o retorno de dois astronautas à Terra a bordo da cápsula SpaceX, após dois meses de missão na Estação Espacial Internacional (ISS).

O pouso está previsto para este domingo às 18H41 GMT (15h41 horário de Brasília) no Golfo do México, se as condições meteorológicas permitirem.

- Um teste em tempos de COVID -

O governador republicano da Flórida declarou na sexta-feira o estado de emergência para os condados da costa leste do Estado, de Miami-Dade a Nasáu, e o presidente Donald Trump assinou uma declaração de emergência para facilitar a ajuda federal.

Os moradores da Flórida se apressaram para fazer compras de última hora e alguns comerciantes colocaram tapumes em portas e janelas, apesar de não ser esperado um golpe muito forte por uma população acostumada a ciclones maiores.

"Você sempre tem que se preparar, só para garantir, porque nunca se sabe", disse Jason Woodall, 44 anos, à AFP na entrada de uma loja na cidade de Miami.





Embora seja uma ameaça menor, Isaías é como um teste de como uma emergência deste tipo pode funcionar em meio à crise de coronavírus.

A Flórida registrou no sábado 179 mortos pela doença em um dia, um saldo ligeiramente baixo, após registrar recordes nos dias anteriores.

O estado registra mais de 480.000 casos detectados desde o início da pandemia, à frente de Nova York, que foi o epicentro da epidemia nos Estados Unidos na primavera, e atrás da Califórnia, cuja população é duas vezes maior.

Os centros de testagem para a COVID-19 na Flórida estão fechados desde quinta-feira até que seja seguro reabri-los, já que as estruturas de campanha podem não resistir aos ventos de uma tempestade tropical.

"Quando voltarmos a fazer testes, é provável que iremos observar um novo aumento de casos", declarou o prefeito de Miami, Francis Suarez, à CNN.