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Estado de Minas

Dois manifestantes mortos em confrontos com a polícia em Bagdá


27/07/2020 09:13

Dois manifestantes morreram, nesta segunda-feira (27), devido a ferimentos sofridos após serem atingidos por granadas de gás lacrimogêneo em confrontos noturnos com as forças de ordem na Praça Tahrir, em Bagdá, informaram médicos à AFP.

Estes são os primeiros confrontos na praça emblemática da capital iraquiana, epicentro de uma revolta sem precedentes lançada em outubro, desde que o governo de Mustafa Al-Kazimi chegou ao poder no início de maio.

No domingo, protestos foram registrados em Bagdá e em várias cidades do sul do país para denunciar a falta de eletricidade, um serviço público que atualmente é oferecido apenas algumas horas por dia, quando as temperaturas ultrapassaram os 50°C no Iraque na semana passada.

Ano após ano, o verão é o momento tradicional de protestos, nascidos, por exemplo, de cortes de energia.

Vários ministros perderam seus cargos no passado para satisfazer a pressão popular.

Foi na Praça Tahrir que uma revolta popular sem precedentes começou em outubro, que durou vários meses e deixou mais de 550 mortos, 30.000 feridos e várias dezenas de militantes mortos ou sequestrados.

Kazimi e seu governo assumiram o poder com o compromisso de esclarecer essas mortes e atos de violência.

Os defensores dos direitos humanos acusaram na época a polícia de usar granadas de gás lacrimogêneo do tipo militar, 10 vezes mais poderosas do que em outras partes do mundo, e de mirar diretamente nos rostos dos manifestantes.

Nesta segunda-feira, os dois manifestantes que morreram foram atingidos "na cabeça e no pescoço" por essas granadas, disseram médicos à AFP.

Seus corpos foram transportados em um cortejo fúnebre na Praça Tahrir por dezenas de pessoas que exigiam "justiça" para as vítimas e lançaram chamados para novos protestos à tarde.

No fim de semana, centenas de manifestantes invadiram o escritório local da companhia pública de eletricidade em Nasiriyah (sul), e outros protestaram diante da sede do governo em Babylon, ao sul de Bagdá, segundo correspondentes da AFP.

Nas redes sociais, muitos internautas acusam o novo governo de reproduzir a repressão de seus antecessores.

Uma caricatura mostra, por exemplo, o ex-primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, com mãos ensanguentadas, entregando granadas de gás lacrimogêneo a Kazimi.

Mahdi foi forçado a renunciar devido à pressão popular.

Referindo-se aos confrontos noturnos, o porta-voz militar do chefe de governo falou de "incidentes lamentáveis" pelos quais "uma investigação está em andamento".

O porta-voz não mencionou as vítimas.

"Diante das provocações, as forças de segurança tentam não recorrer a meios violentos, a menos que sejam forçados", acrescentou ele em comunicado.


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