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Estado de Minas

Aumento de casos na Europa preocupa OMS, e pandemia não cede nas Américas


24/07/2020 11:38

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se disse "preocupada" nesta sexta-feira (24) com o reaparecimento de casos de COVID-19 em vários países europeus, enquanto a pandemia não dá trégua nos Estados Unidos, no México e no Brasil e gera preocupação em partes da Ásia, onde também há surtos.

Em um sinal do avanço incontrolável do vírus, os Estados Unidos já têm quatro milhões de casos de COVID-19, um limiar catastrófico que também foi ultrapassado na América Latina e no Caribe.

Com mais de 3 milhões de infecções, 207.000 mortes e múltiplos surtos, a Europa preocupa a OMS, que nesta sexta pediu cautela frente à suspensão das restrições e sugeriu que elas sejam restabelecidas, se necessário, embora não tenha citado nenhum país específico.

"O ressurgimento recente de casos em alguns países que levantaram medidas de distância social é realmente uma preocupação (...) As restrições devem ser cuidadosamente removidas. Onde houver surtos, deve haver uma reação rápida e bem dirigida, isolamentos, rastreamento de casos e quarentenas", disse uma porta-voz da OMS-Europa à AFP.

Em termos proporcionais, a Bélgica, onde já existem 64.847 casos registrados e mais de 9.800 mortes, é um dos países com o maior número de óbitos por COVID-19, com 85 vítimas fatais para cada 100.000 habitantes.

O anúncio nessa sexta-feira da morte de uma menina de três anos no país, a vítima mais jovem da Bélgica, chocou as autoridades, que indicaram que a menina sofria de patologias anteriores.

Com o aumento de infecções, a primeira-ministra Sophie Wilmès anunciou mais medidas de proteção e máscara obrigatória em "locais lotados" abertos e fechados.

Essa decisão começa a ser aplicada em outros países, como a Áustria, que anunciou que a máscara passa a ser obrigatória a partir desta sexta-feira em supermercados e em locais oficiais.

O aumento de casos na Espanha, que registrou um total de 28.426 mortes, e na França, com 30.182, também levaram a medidas semelhantes.

- Continente em emergência -

Desde que surgiu no final do ano passado na China, o novo coronavírus infectou cerca de 15,5 milhões de pessoas e matou mais de 633.000 em todo mundo, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

O presidente Donald Trump, que durante meses minimizou o impacto da crise, descreveu nesta semana como "preocupante" o aumento de casos no sul do país, de longe o mais atingido pela pandemia em termos absolutos, com mais de 144.000 mortes.

Trump cancelou a "grande" convenção republicana planejada para acontecer na Flórida no final de agosto, na qual anunciaria sua indicação como candidato do partido à eleição presidencial de 3 de novembro.

Na América Latina e no Caribe (176.853 mortes), o vírus também perturbou a agenda política da Bolívia (65.252 casos e 2.407 mortes), onde as eleições gerais foram adiadas de 6 de setembro para 18 de outubro.

Os casos também continuam a aumentar no Brasil, o país mais afetado da região, com 2.287.475 infecções e 84.082 mortes.

O presidente Jair Bolsonaro foi visto conversando, sem máscara, com garis fora de sua residência oficial em Brasília, apesar de ter testado positivo para COVID-19.

O México, por sua vez, registrou um novo máximo histórico de infecções nas últimas 24 horas, com 8.438 novos casos. O país, com 370.712 casos confirmados e 41.908 mortes, ocupa o quarto lugar em número de óbitos, atrás dos Estados Unidos, do Brasil e do Reino Unido.

Na Argentina, que totaliza 148.014 casos e 2.702 óbitos, 6.127 novos casos foram registrados em 24 horas.

Também alarmante é a situação na Colômbia, que registrou 315 mortes por COVID-19 na quinta-feira, o maior número diário desde que o primeiro contágio foi detectado em março.

A prefeita da capital Bogotá, Claudia López, ampliou o confinamento de 2,5 para cinco milhões de pessoas na tentativa de deter a velocidade de propagação do vírus.

- Detecção em 30 segundos -

Diante do desenfreado avanço do vírus, em Israel, onde há uma segunda onda de infecções, uma empresa desenvolveu um teste que detecta o coronavírus em 30 segundos, graças a odores.

O teste lembra aqueles que são feitos para medir o volume de álcool no sangue dos motoristas, mas com a diferença de que é preciso expirar pelo nariz, e não pela boca.

Na Índia, onde especialistas alertam que a situação talvez seja muito mais grave na ausência de testes de diagnóstico no país, 740 novas mortes foram anunciadas na sexta-feira, elevando o saldo oficial de vítimas da COVID-19 para 30.601.

Em Hong Kong, alguns especialistas de saúde acreditam em que a nova onda de coronavírus de algumas semanas atrás pode ter acontecido como consequência da decisão das autoridades de permitir que as tripulações da Marinha Mercante mudassem de navio na cidade, sem respeitar a quarentena.

Aos balanços sobre o impacto na vida humana somam-se às consequências econômicas da pandemia.

O secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), Jagan Chapagain, disse temer que as desigualdades na saúde diante da pandemia obriguem mais pessoas a emigrarem, quando as fronteiras forem reabertas.

"As pessoas podem sentir que têm mais chances de sobreviver do outro do lado do mar", apontou, acrescentando que outro fator importante nesses deslocamentos pode ser "a disponibilidade de vacinas".


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