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Estado de Minas

Chileno acusado de assassinato de japonesa na França chega a París após extradição


24/07/2020 09:01

O chileno Nicolás Zepeda, acusado de assassinar sua ex-namorada japonesa, que desapareceu na cidade francesa de Besançon (leste) em 2016, chegou a Paris na sexta-feira após ser extraditado de Santiago.

Zepeda, 29 anos, chegou a Paris no voo AF401 da Air France, que pousou pouco depois das 11 horas, horário local (06H00 horário de Brasília), no aeroporto Charles-de-Gaulle, antes de ser entregue às autoridades francesas, disse ao AFP uma fonte do aeroporto.

De lá, ele será transferido diretamente para Besançon, onde será interrogado pelo juiz responsável pelo caso.

Zepeda é o único suspeito do desaparecimento de Narumi Kurosaki, 21 anos, cujo paradeiro foi perdido em 6 de dezembro de 2016 em uma residência universitária em Besançon. Embora seu corpo não tenha sido encontrado, os investigadores supõem que a jovem esteja morta.

Segundo os investigadores, Zepeda, a quem a justiça francesa acusa de "assassinato doloso cometido com premeditação", viajou para a França especialmente para cometer o crime depois de saber que Kurosaki tinha um novo relacionamento romântico.

Segundo a investigação, nos dias anteriores ele comprou material inflamável, seguiu a vítima e na noite do suposto crime a convidou para almoçar e depois foi com ela para a casa dos estudantes, onde a teria sufocado e estrangulado. Depois disso, ele teria colocado seu corpo em uma mala e escondido em uma floresta próxima.

Para elaborar esse relato, a justiça francesa realizou a triangulação do GPS do carro que Zepeda alugou na França, revisou imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais e as compras que ele fez com seu cartão de crédito.

O suspeito nega estar envolvido no suposto crime.

- Extradição 'excepcional' -

Agentes da Polícia de Investigação (PDI) tiraram Zepeda, 29 anos, de seu apartamento em Viña del Mar, a 120 km de Santiago, na noite de quarta-feira. Ele estava sob prisão domiciliar.

A extradição põe fim no Chile ao trâmite judicial iniciado em março, quando foi aceito o pedido da justiça francesa para abrir esse processo contra Zepeda.

Essa extradição "é uma decisão excepcional, é a primeira vez que o Chile extradita um de seus cidadãos para a França e sem reciprocidade", disse Etienne Manteaux, promotor de Besançon, à AFP.

O caso teve como antecedente a recusa dos tribunais franceses em extraditar o ex-guerrilheiro chileno Ricardo Palma Salamanca, exigido em seu país como um dos autores do assassinato em 1991 do senador de direita Jaime Guzmán, colaborador próximo do ex-ditador Augusto Pinochet (1973-1990) e próximo a vários membros do governo Sebastián Piñera.

Antes do caso de Zepeda, o Chile havia autorizado pelo menos duas extradições de chilenos para a França.

Embora no Chile o caso não tenha despertado maior interesse, na França e no Japão tem sido muito acompanhado, especialmente agora que foi aberta a possibilidade de julgar o único acusado.

Sua defesa na França será realizada por Jacqueline Laffont, renomada advogada que defendeu o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy em um caso de corrupção, segundo a imprensa francesa.


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