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Estado de Minas

Produção de petróleo da Venezuela volta a cair e recua a níveis de 1934


postado em 14/07/2020 17:19

A produção de petróleo da Venezuela caiu novamente em junho, para menos de 400.000 barris por dia, informou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nesta terça-feira, em um novo declínio que a coloca nos níveis de 1934.

A oferta do país ficou em 356.000 barris por dia (bd) em junho passado, de acordo com o relatório mensal da Opep baseado em dados de mercado, uma queda de 37,5% em relação a 570.000 bd em maio.

Os números enviados pelo governo ao cartel de energia com base na estatal venezuelano PDVSA, entretanto, o situam em 393.000 bd.

Além das diferenças entre os dois números, a indústria petrolífera venezuelana, que teve um pico de produção de 3,7 milhões de barris por dia em 1970, atingiu os níveis de 1934, quando o país deixava para trás uma economia basicamente agrícola.

Suas exportações de petróleo bruto atingiram a média de 373.390 bd naquele ano, segundo dados oficiais, quando possuía um décimo dos atuais 30 milhões de habitantes.

Em meio à pandemia do COVID-19, "a receita das exportações de petróleo (...) será a mais baixa dos últimos 70 anos", disse à AFP José Manuel Puente, economista e professor do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Estudos de Administração Superior (IESA).

A queda é dramática para um país altamente dependente das receitas de petróleo. Somente durante uma greve de petróleo entre dezembro de 2002 e março de 2003, foram observados números de produção mais baixos do que os atuais nas últimas oito décadas.

- Paradoxo -

A oferta venezuelana, depois de atingir 3,2 milhões por dia há 12 anos, vinha caindo devido a uma mistura de falta de investimento e corrupção, segundo especialistas. No entanto, as sanções de Washington aceleraram essa queda.

Com a capacidade de armazenamento no limite devido a dificuldades em estocar seu petróleo, a Venezuela foi forçada a novos cortes na extração, de acordo com a empresa S&P; Global Platts, com sede em Londres.

Até 2018, a Venezuela enviou 500.000 bd de petróleo bruto para os Estados Unidos e recebeu desse país 120.000 bd de petróleo leve e diluentes, vitais para processar seu petróleo pesado.

Nesse contexto, o número de plataformas de petróleo ativas na Venezuela caiu para zero em junho, de acordo com a contagem mensal da empresa americana Baker Hughes, em comparação com 22 operando no mesmo mês do ano anterior. O número ultrapassava cem em 1998.

"É um paradoxo: a Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, não produz petróleo", lamenta Puente.

E uma recuperação a curto prazo, segundo especialistas, é complicada. "Não estamos apenas no nível mínimo, mas podemos não conseguir elevar esse nível mínimo", explica Carlos Mendoza Potellá, consultor do Banco Central da Venezuela (BCV) em questões de petróleo, à AFP.

"Abrir um campo após o fechamento não é uma tarefa imediata", acrescenta.


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