Jornal Estado de Minas

ONU

COVID-19: Crise pode estender fome a mais 132 milhões de pessoas em 2020

Um relatório sobre alimentação divulgado por agências da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que o mundo poderá ter pelo menos 132 milhões de pessoas a mais passando fome em 2020. De acordo com as entidades, a crise econômica provocada pelo coronavírus “vai intensificar as vulnerabilidades e inadequações do sistema de alimentação global”.


 
A ONU relata também que, de acordo com as últimas estimativas, no ano passado, a fome afetava quase 690 milhões de pessoas, ou seja, 8,9% da população mundial. A quantidade representa 10 milhões de pessoas a mais que em 2018 e 60 milhões a mais que em 2014.

Nesse sentido, a perspectiva para 2020 é de que mais de 800 milhões de pessoas vivam na pobreza e sem ter o que comer, o que corresponderia a 10% da população mundial. 

Ásia (381 milhões) e África (250 milhões) são os continentes com maior número de indíviduos com fome. Em seguida, vem América Latina e Caribe, com 48 milhões em situação de menor vulnerabilidade social. 

"Se a tendência continuar, estimamos que, até 2030, esse número excederá 840 milhões de pessoas. Isso significa claramente que o objetivo (erradicar a fome até 2030, estabelecido pela ONU em 2015) não está no caminho certo", declarou Thibault Meilland, analista de políticas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Ainda segundo os dados, dois bilhões de pessoas sofrem de "insegurança alimentar", ou seja, não têm acesso regular a alimentos nutritivos em qualidade e quantidade suficientes, indica. E pelo menos 3 bilhões não têm meios para manter uma dieta considerada equilibrada, com, em particular, ingestão suficiente de frutas e legumes.