As autoridades da região da Catalunha (nordeste da Espanha) ordenaram neste domingo que 200.000 habitantes da zona ao redor da cidade de Lérida retornem ao confinamento obrigatório, enquanto aumenta a preocupação em todo o planeta com os novos focos do coronavírus.
"A população deverá permanecer em suas residências", anunciou a secretária regional de Saúde, Alba Verges, em uma entrevista coletiva. A zona afetada, ao redor de Lérida, com mais de 200.000 habitantes, já havia sido isolada do restante da Espanha na semana passada.
Esta é a primeira vez desde 21 de junho, quando terminou o confinamento geral na Espanha, que uma região volta a decretar o confinamento domiciliar.
A Espanha é um dos países mais afetados do mundo pela doença, com 28.400 mortos, e neste domingo as regiões da Galícia e do País Basco comparecem às urnas, com medidas reforçadas de higiene.
Com a flexibilização do confinamento, a Europa, continente com mais mortes (quase 202.000 em um total de 2,8 milhões de casos), observa novos focos de contágio.
Nos Estados Unidos, país mais afetado pelo vírus, o presidente Donald Trump apareceu pela primeira vez de máscara em público.
Os Estados Unidos voltaram a contabilizar um número recorde de contágios em apenas um dia, mais 66.000. O balanço total do país inclui 3,2 milhões de casos e quase 135.000 mortes.
Trump, relutante sobre a proteção, usou a máscara durante a visita a um hospital na região de Washington para saudar veteranos militares.
Informações divulgadas pela imprensa durante a semana afirmam que os assessores praticamente imploraram ao presidente que cedesse e utilizasse uma máscara em público, no momento em que os casos de coronavírus disparam em algumas regiões do país.
A Flórida é um dos estados mais afetados, com 10.360 novas infecções e 95 horas nas últimas 24 horas. Os números não impediram a Disney World de reabrir parcialmente no sábado dois de seus quatro parques temáticos em Orlando.
- "Quarentenas estritas" em Bogotá -
O coronavírus também avança implacável na América Latina e Caribe, com um balanço de mais de 143.000 mortos e mais de 3,3 milhões de casos.
O Brasil, o segundo país mais afetado do mundo pela doença, tem quase 71.500 vítimas fatais e mais de 1,8 milhão de contágios, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.
Cético a respeito da pandemia e contrário às quarentenas aplicadas nos estados, Bolsonaro continua fazendo campanha a favor da hidroxicloroquina, remédio sem eficácia científica comprovada.
O Chile superou no sábado a marca de 11.000 mortes por coronavírus quando somados os casos prováveis, de acordo com o ministério Saúde. Apesar do número, as autoridades afirmam que o país vive atualmente uma "leve melhora".
Colômbia e Equador também superaram no sábado a barreira de 5.000 vítimas fatais, de acordo com os dados oficiais dos países.
Bogotá, maior ponto de contágios da Colômbia, anunciou a aplicação a partir de segunda-feira de "quarentenas estritas" por localidades (conjuntos de bairros).
As autoridades da Venezuela, onde o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, contraiu o vírus, anunciaram que 160 militares testaram positivo para a COVID-19.
- Aceleração da pandemia -
Após meses de confinamento e restrições, alguns países flexibilizam as medidas, mas os contágios voltam a aumentar.
No Irã, que registra mais de 12.000 mortes, as autoridades alertam para o novo avanço do vírus.
O guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, chamou neste domingo de "verdadeira tragédia" a epidemia de COVID-19 e pediu aos iranianos que respeitem as normas de saúde para conter o avanço da doença e "salvar o país".
A Autoridade Palestina anunciou a aplicação de um toque de recolher diário noturno e completo aos finais de semana durante 14 dias para lutar contra a doença.
"A circulação será proibida todos os dias das 20H00 às 6H00 em todas as províncias, assim como de quinta-feira de manhã a domingo, afirmou o porta-voz do governo palestino, Ibrahim Melhem.
O agravamento da pandemia nos Bálcãs, apesar dos números aparentemente modestos, preocupa cada vez mais esta região pobre da Europa com infraestruturas médicas frágeis.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que pede uma "ação agressiva" para lutar contra a propagação, enviou uma equipe à China para preparar uma missão que deve tentar determinar a origem do vírus.