A Assembleia Nacional do Equador aceitou na quinta-feira a renúncia irrevogável apresentada pelo vice-presidente do país, Otto Sonnenholzner, e deve definir seu sucessor a partir de uma pequena lista escolhida pelo presidente e liderada pela ministra do Governo (Interior), María Paula Romo.
A lista enviada pelo presidente Lenín Moreno também é integrada por Juan Sebastián Roldán, secretária particular do presidente, e María Alejandra Muñoz, diretora do serviço aduaneiro equatoriano.
Os perfis dos candidatos "foram avaliados positivamente pelo presidente, com base em critérios que reconhecem seu compromisso de servir ao país e seu excelente desempenho em cargos de alta responsabilidade dentro do governo", afirmou a Secretaria-Geral de Comunicação da presidência em comunicado.
Romo está à frente da pasta de Governo desde 2018. Nesse mesmo ano, Roldán também assumiu o cargo de secretário. Ambos faziam parte do grupo Ruptura de los 25, que se distanciou do partido governante Alianza País quando o ex-presidente Rafael Correa estava à frente do governo.
A Assembleia Nacional tem 30 dias para eleger o vice-presidente, de acordo com a Constituição. Se não for pronunciado nesse período, a pessoa que lidera a lista curta, ou seja, a ministro Romo, será automaticamente escolhida.
O novo vice-presidente ficará no cargo até maio do ano que vem, quando serão concluídos os quatro anos do governo de Moreno.
Sonnenholzner, o terceiro vice-presidente de Moreno, renunciou na terça-feira sem divulgar os motivos, enquanto o país se prepara para as eleições gerais de fevereiro, nas quais poderá ser um dos candidatos.
O Parlamento o designou para o cargo em dezembro de 2018, após Jorge Glas - eleito em 2017 em uma chapa com Moreno- perder o cargo ao ser preso por acusações de receber propina da construtora Odebrecht.
María Alejandra Vicuña foi eleita pelo Congresso em janeiro de 2018, mas renunciou à vice-presidência em dezembro do mesmo ano após casos de corrupção envolverem seu nome.
Sonnenholzner, de 37 anos, empresário da mídia e político independente, não descarta a possibilidade de concorrer no que considera "uma das eleições mais relevantes" da história do país.
"Devemos focar nos objetivos comuns, renunciando a qualquer interesse particular para conquistar uma sociedade justa, próspera e igualitária. Manterei estes esforços fora da vice-presidência. Assim, não haverá dúvidas sobre o uso de recursos públicos para estes fins", disse ao anunciar sua renuncia.
A sete meses das eleições gerais no Equador, ainda não há candidatos oficiais para disputar a presidência do país no período de 2021 até 2025.