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Estado de Minas

China e EUA anunciam sanções mútuas por questão dos uigures


postado em 10/07/2020 09:19

A China anunciou nesta sexta-feira (10) que responderá, aplicando o princípio da reciprocidade, as sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra vários líderes chineses, acusados de violarem os direitos humanos da minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang, no noroeste do país.

Essa região semidesértica, com cerca de 25 milhões de habitantes, foi palco de ataques atribuídos por Pequim a separatistas, ou islamitas. Recentemente, o governo chinês impôs severas medidas de segurança na região.

Os uigures, que constituem quase metade da população de Xinjiang, são predominantemente muçulmanos, e muitos falam uma língua da família do turco.

Mais de um milhão de muçulmanos, especialmente uigures, foram ou estão internados em campos em Xinjiang, segundo os Estados Unidos e organizações de direitos humanos.

A China nega esses números e garante que são centros de formação profissional para ajudar essas pessoas a encontrarem um emprego e afastá-las da tentação do extremismo islâmico.

Ontem, os Estados Unidos impuseram sanções contra vários líderes chineses acusados de cometerem "violações graves" dos direitos humanos, em Xinjiang.

Washington negará o pedido de visto a três funcionários de alto escalão de Pequim e às suas famílias. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que a medida responde a "abusos horríveis e sistemáticos" contra os uigures e outras minorias.

- "Mau comportamento" -

"A China decidiu aplicar o princípio da reciprocidade contra organizações e indivíduos americanos que se comportaram mal em temas ligados a Xinjiang", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em entrevista coletiva.

"Esta iniciativa americana é uma ingerência grave nos assuntos internos da China (...) e afeta gravemente as relações" entre a China e os Estados Unidos, disse ele, sem especificar os nomes das pessoas na mira de Pequim.

Entre os atingidos pelas sanções dos Estados Unidos está Chen Quanguo, chefe do Partido Comunista Chinês (PCCh) em Xinjiang, considerado o arquiteto da política de segurança de Pequim na região. Desde sua chegada, os ataques pararam, de acordo com Pequim.

Wang Mingshan, chefe de segurança pública em Xinjiang, e Zhu Hailun, que já foi chefe do PCCh na região, também estão na lista.

Em paralelo, o Departamento americano do Tesouro anunciou sanções econômicas contra um quarto indivíduo: Huo Liujun, ex-responsável pela segurança em Xinjiang.

Essas medidas dos Estados Unidos ocorrem em um clima de tensão em várias frentes entre as duas potências mundiais como a guerra comercial, a pandemia da COVID-19, a lei de segurança nacional em Hong Kong, Taiwan e o mar da China Meridional.

- Trabalho forçado? -

No início desta semana, os Estados Unidos já haviam anunciado restrições de visto para várias autoridades chinesas acusadas de bloquearem o acesso de estrangeiros ao Tibete. Pequim também prometeu impor sanções semelhantes.

Uma parte dos uigures, principal grupo étnico de Xinjiang, denuncia a repressão de sua religião e de seu modo de vida.

Essa população estaria sendo submetida a esterilizações forçadas, de acordo com um estudo recente do pesquisador alemão Adrian Zenz, que já publicou vários relatórios sobre a política chinesa em Xinjiang.

Na semana passada, o Serviço de Alfândega dos Estados Unidos anunciou que havia interceptado um envio de produtos da China feitos com cabelo humano. A suspeita é de que estariam sendo fabricados nos campos de trabalho forçado da região.

Washington alertou as empresas contra a importação de bens produzidos por meio de "trabalho forçado" na China.


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