Jornal Estado de Minas

Cerca de 50 milhões de africanos podem cair na extrema pobreza pela pandemia

Cerca de 50 milhões de africanos podem estar em extrema pobreza devido às consequências econômicas da epidemia de coronavírus, estima o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em um relatório publicado na terça-feira.

As previsões indicaram que um terço dos africanos, ou seja, 425 milhões de pessoas, vivia abaixo da linha da pobreza (com menos de US$ 1,90 por dia em paridade com o poder de compra) em 2020, mas o impacto da pandemia piorará a situação, de acordo com o BAD em seu texto "Perspectivas econômicas na África".



A África é - depois da Oceania - o continente menos afetado pela COVID-19, com quase 500.000 casos, dos quais quase 11.700 morreram, segundo uma contagem da AFP.

No entanto, o continente foi totalmente abalado pela crise econômica global decorrente da pandemia. "Entre 28,2 e 49,2 milhões de africanos podem cair em extrema pobreza" este ano ou no próximo, de acordo com as premissas "básicas" ou "pessimistas" do ADB, dependendo da extensão da recessão econômica.

A instituição africana de desenvolvimento de Abidjan prevê uma grande desaceleração econômica no continente, com uma contração do PIB de 1,7% a 3,4% este ano. É uma perda de 5,6 a 7,3 pontos em comparação com as previsões de crescimento antes da crise do coronavírus, que foram positivas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) mencionou no final de junho uma recessão de 3,2% este ano para a África subsaariana e uma queda na renda de seus habitantes para os níveis de 2010.

Segundo o BAD, este ano serão perdidos entre 24,6 e 30 milhões de empregos.

É na Nigéria, o país mais populoso da África, com 200 milhões de habitantes, onde a pobreza ganha mais terreno.

Entre 8,5 e 11,5 milhões de nigerianos sofrerão extrema pobreza em 2020, neste país altamente dependente do setor de petróleo, atingido pela crise econômica global e pelo colapso do preço do petróleo.