Jornal Estado de Minas

cura para o COVID-19

Diminui lista de potenciais remédios contra COVID-19; remdesivir continua

 

A lista de medicamentos que poderiam ajudar a curar a COVID-19 está se reduzindo. Depois da hidroxicloroquina, os ensaios clínicos europeus Solidarity e Discovery também abandonaram o tratamento lopinavir/ritonavir por sua ineficácia e por seus efeitos colaterais.



Com isso, os testes se reduzem a um único medicamento, o remdesivir, que acaba de obter sinal verde condicional da União Europeia.


No final de junho, abandonou-se outro importante ensaio clínico, o Britannique Recovery, dos antivirais lopinavir e ritonavir, usados no tratamento contra o vírus da aids.


O mesmo destino teve, no sábado, o teste Solidarity, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em associação com o Discovery, realizado por franceses.


Em 17 de junho, a OMS também descartou a hidroxicloroquina.


"Os resultados preliminares mostram que a hidroxicloroquina e a associação lopinavir/ritonavir reduzem pouco, ou nada, a mortalidade dos pacientes hospitalizados por COVID-19 em relação ao cuidado padrão", alegou a OMS em um comunicado.



O ensaio Discovery mostrou que os efeitos colaterais na função renal em pacientes que tomam lopinavir/ritonavir "são significativamente mais altos", esclarece um comunicado da instituição francesa de pesquisa que organiza este ensaio, o Inserm.


Em particular, "nos pacientes hospitalizados em reanimação", acrescenta o Inserm.


Segundo a OMS e o Inserm, todos estes resultados serão publicados em uma revista científica.


Embora dezenas de tratamentos contra a COVID-19 estejam sendo avaliados no mundo, nenhum mostrou grande eficácia até agora, salvo o corticoide dexametasona, nos doentes mais graves.


Segundo resultados do ensaio Recovery, a dexametasona reduz a mortalidade nos doentes mais graves - aqueles que usam ventilação artificial.


Já o remdesivir conseguiu em 3 de julho autorização para seu uso condicional na UE, após receber aprovação da Comissão Europeia.


Segundo um estudo americano, este antiviral inicialmente desenvolvido para lutar contra a febre hemorrágica do Ebola reduz, ligeiramente, a duração do período de restabelecimento de doentes de COVID-19 internados - em uma média de 15 para 11 dias. Não demonstrou, no entanto, benefícios quanto à redução da mortalidade.