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Estado de Minas

Cansaço e falta de profissionais complicam o combate à COVID-19 na Guiana francesa


postado em 01/07/2020 11:18

"A situação é complicada. Temos um fardo mental que pesa sobre nós desde março", diz Rémi, médico em um hospital da Guiana francesa. Neste território sul-americano, na fronteira com o Brasil, a equipe de saúde não tem dúvidas de que a luta contra o coronavírus será longa.

Com aproximadamente três hospitais para 300.000 habitantes, o coronavírus continua circulando ativamente neste território e espera-se um pico da epidemia "entre meados e final de julho", de acordo com a ministra responsável pelos territórios de Ultramar, Annick Girardin.

Segundo Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da COVID-19 da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), no momento "os territórios fronteiriços do Brasil -- país da América do Sul mais afetado pela pandemia -- com outros países da parte norte do Amazonas apresentam uma das maiores taxas de incidência de COVID-19".

A França, onde a pandemia perdeu terreno após deixar cerca de 30.000 mortos, convocou voluntários para ajudar na Guiana.

Em 15 dias, o número de mortos se multiplicou por cinco (de três para quinze) e na terça-feira foi ultrapassada a marca dos 4.000 casos.

"Em junho houve um aumento no número de casos e, no momento, estamos fazendo o melhor que podemos", comenta o médico de 30 anos, enviado no dia anterior para evacuar pacientes com outras doenças diferentes do coronavírus para Martinica ou Guadalupe.

"O que é certo é que nosso sistema hospitalar não está em seu melhor momento", considera Rémi. "O maior problema agora é administrar o cansaço e a capacidade de abrir nossos leitos em boas condições e a tempo", acrescenta.

- "Tapar buracos" -

Após os protestos de 2017 na Guiana, nos quais as principais pautas eram mais investimento e serviços públicos principalmente na área da saúde, os hospitais de Cayena, a capital, e de Kourou receberam dezenas de milhões de euros para reequilibrar o orçamento e o tesouro.

No entanto, três anos depois continuam sofrendo com a ausência de profissionais, consequência da falta de uma equipe qualificada e de um problema de atratividade.

"Eles propõem que façamos horas extras, é assim que tentam tapar buracos", disse um enfermeiro que não quis se identificar.

A Guiana Francesa iniciou negociações com Cuba no ano passado para contratar profissionais de saúde, mas nada foi definido ainda.

Diante da escassez de trabalhadores, dezenas de membros da Reserva de Saúde, uma brigada de profissionais que pode ser mobilizada pelo Ministério da Saúde da França para missões pontuais, já foram deslocados há algumas semanas.

Os reforços estão chegando, "mas serão necessários muitos", alertou um membro da direção do hospital, que falou com a AFP sob condição de anonimato.


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