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Estado de Minas

França desliga sua usina nuclear mais antiga


postado em 29/06/2020 23:07

A França desligou nesta segunda-feira (29) o segundo e último reator de sua mais antiga usina nuclear, localizada em Fessenheim (leste), uma vitória para os ativistas antinucleares, mas motivo de irritação para seus funcionários e a maioria dos 2.500 moradores do município.

A usina de Fessenheim, em funcionamento desde 1977, motivou inúmeras manifestações e greves, não apenas na França, mas também na Alemanha e Suíça.

Associações dos três países e eurodeputados ambientalistas exigiam seu fechamento por sua antiguidade, especialmente depois de vários incidentes de pouca gravidade nos anos 1990 e 2000. As críticas se intensificaram após a catástrofe na usina japonesa de Fukushima em março de 2011.

Outros, no entanto, consideram absurdo privar-se de uma fonte de energia que não emite CO2.

Seus dois reatores de água pressurizada, com potência de 900 megawatts (MW), cada um produzia uma média de 11 bilhões de kilowatts/hora (KWh) a cada ano.

O reator foi desligado da rede às 23h00 locais (18h00 de Brasília). O primeiro tinha sido desconectado em 22 de fevereiro.

Pouco antes das 23h, cerca de 20 funcionários se reuniram no estacionamento em frente à usina para assistir ao seu desligamento definitivo.

Com lágrimas nos olhos, Philippe Formery o qualificou de "desperdício".

Alguns defensores da energia nuclear também se manifestaram em Paris, em frente à sede do Greenpeace.

Mais cedo, vários ativistas antinucleares comemoraram o desligamento com um trajeto por barco pelo Reno, na fronteira entre a França e a Alemanha, um lugar "símbolo da amizade franco-alemã na luta contra as usinas nucleares", segundo André Hatz, presidente de Stop Fessenheim.

- "Uma etapa" -

"Por fim, é o fechamento desta usina que estamos esperando tanto tempo", declarou Charlotte Mijeon, porta-voz da Sair do Nuclear, insistindo em que esta é só uma etapa e que é preciso "continuar lutando".

O desmonte da usina levará muito tempo: estão previstos 15 anos para desmontar os dois reatores, a começar pela retirada do combustível radioativo, o que terminará, na melhor das hipóteses, em 2023.

O desmantelamento propriamente dito durará até 2040, no mínimo.

A França, que conta com o segundo maior parque de reatores nucleares, atrás apenas dos Estados Unidos, tem a intenção de reduzir a participação desta fonte de energia em sua matriz de geração de eletricidade dos mais de 70% atuais a 50% em 2035.

Por isso, além dos dos reatores de Fassenheim, doze adicionais, dos 58 existentes na França, deixarão de funcionar antes de 2035.

Os moradores de Fessenheim viveram décadas graças aos benefícios econômicos e fiscais desta instalação e temem um grande buraco econômico, devido à inexistência de um projeto oficial para cobrir o vazio que a usina deixará.

Fechar a usina apesar de que "funciona bem e passou em todos os testes de segurança" é "absurdo e incompreensível", protestou o prefeito Claude Brender.

Trata-se de uma promessa de campanha feita em 2012 pelo socialista François Hollande antes de ser eleito presidente da França, mas o fechamento foi sendo adiado repetidamente, até ser confirmado em abril de 2017.


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