Jornal Estado de Minas

Homem morre asfixiado ao ser detido pela polícia na Argentina

Um homem morreu asfixiado ao ser contido por policiais na província argentina de Tucumán, em um caso investigado pela justiça e que remete ao assassinato de George Floyd nos Estados Unidos.

O fato ocorreu ao meio-dia de quarta-feira em uma localidade do centro da capital da província (1.200 km a noroeste de Buenos Aires) e diante de dezenas de testemunhas, algumas das quais asseguraram que os policiais espancaram o indivíduo e pressionaram seu pescoço contra o chão.



Um pedestre registrou o momento em um vídeo, onde se vê a vítima sendo contida por pelo menos quatro policiais e dois indivíduos com roupas civis.

O agir da polícia remete à morte de Floyd, um afro-americano assassinado por um policial branco durante sua detenção em um caso que gerou uma onda de protestos antirracistas nos Estados Unidos e outros países.

Ceferino Nadal, de 43 anos, foi detido por suspeita de furto, embora ninguém tenha denunciado o crime, nem tenham sido encontradas provas.

A vítima pediu socorro várias vezes enquanto permaneceu contido no chão, segundo testemunhas citadas pela imprensa local.

A necropsia confirmou que a causa da morte foi asfixia.

A família da vítima havia denunciado perseguição policial e maus-tratos em uma detenção anterior realizada em fevereiro por policiais da mesma delegacia.

A vítima tinha cumprido uma sentença por roubo anos atrás.

Os policiais que participaram da detenção foram identificados e vão depor nos próximos dias.

A ação policial em Tucumán está sob investigação também em outro caso, o homicídio de Luis Espinoza, um trabalhador rural detido durante um festival hípico em 15 de maio e cujo corpo apareceu uma semana depois jogado em um barranco.

Por este caso, estão em prisão preventiva oito policiais e um civil, acusados de "privação ilegítima de liberdade seguida de morte e desaparecimento forçado de pessoa" em uma investigação sobre a qual o Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (Acnudh) pediu informação.