Jornal Estado de Minas

Pesquisadores apontam novos ataques de hackers contra empresas dos EUA

Hackers que operam na Rússia estão ampliando os ataques de ransomware contra grandes empresas americanas, ameaçando paralisar suas redes se não atenderem a seus pedidos de milhões de dólares, alertam pesquisadores da área de segurança.

A empresa de segurança cibernética Symantec disse na quinta-feira ter identificado ao menos 31 alvos desses hackers nos EUA, incluindo oito empresas listadas na "Fortune 500".



"Os hackers por trás dessa ameaça virtual parecem ser qualificados e experientes, capazes de invadir algumas das empresas mais protegidas, roubar credenciais e se movimentar facilmente através das suas redes. Por isso, o WastedLocker é uma peça de ransomware altamente perigosa", disse a divisão de inteligência de ameaças da Symantec, de propriedade da Broadcom, ao emitir o alerta.

"Ao menos 31 empresas de clientes nossos foram atacadas, o que significa que o número total de ataques pode ser muito maior. Os invasores violam as redes dos seus alvos e preparam o terreno para ataques de ransomware".

No início da semana, um aviso semelhante havia sido emitido pela empresa de segurança britânica NCC Group, que em maio identificou o ransomware WastedLocker como uma nova ameaça.

Os especialistas em segurança disseram que entre os responsáveis pelos ataques estariam dois cidadãos russos, Igor Olegovich Turashev e Maksim Viktorovich Yakubets, acusados em dezembro nos Estados Unidos por seu envolvimento com uma entidade conhecida como Evil Corp, acusada de invadir bancos americanos e britânicos.



O analista da NCC, Stefano Antenucci, escreveu que os especialistas podem demonstrar "com grande certeza" que o último ransomware pertence a Evil Corp, que usa o malware Dridex desde julho de 2014.

A acusação dos Estados Unidos alega que o grupo está supostamente ligado ao malware inserido pela inteligência russa em computadores de dezenas de países, cujo intuito é roubar mais de US$ 100 milhões de empresas e autoridades locais.

Além da acusação, o Tesouro americano também emitiu sanções contra os dois homens, além do anúncio de uma recompensa de US$ 5 milhões pela prisão e condenação de Yakubets, a maior recompensa já oferecida por um cibercriminoso.

Outra extensa operação contra hackers terminou na quinta-feira, quando o russo Sergey Medvedev se declarou culpado perante um tribunal de Nevada, disse o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O homem de 33 anos, preso na Tailândia em 2018, administrava uma rede criminosa e fundou a plataforma "Infraud Organization", onde eram trocadas informações sobre cartões de crédito roubados e outros dados pessoais.

Com o slogan "In Fraud We Trust", a rede, que tinha 10.901 membros em 2017, tornou-se a número um na compra de mercadorias com informações bancárias fraudulentas, causando danos de US $ 530 milhões.