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Estado de Minas

Disputa pelo controle do cartel de Sinaloa deixa 16 mortos no México


postado em 25/06/2020 19:25

A disputa pelo controle do cartel de Sinaloa, do traficante Joaquín "Chapo" Guzmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, deixou 16 mortos em confrontos que também forçaram o deslocamento de moradores no noroeste do México.

Foram seis horas de trocas de tiros na quarta-feira em Tapuche, a 25 km de Culiacán, capital de Sinaloa.

Após um primeiro confronto em uma estrada, foi encontrada "uma caminhonete com sete corpos" e, horas depois, "foram localizados nove corpos" mais na comunidade, disse nesta quinta em coletiva de imprensa Cristóbal Castañeda, secretário de segurança de Sinaloa.

Ele acrescentou que este confronto se enquadra em "uma disputa entre dois grupos do crime organizado na região", onde foram registradas outras oito ações armadas desde 29 de maio, sem deixar vítimas.

Também foram apreendidas 40 armas de grosso calibre, dez granadas, mais de 36.000 cartuchos e 24 veículos, acrescentou Castañeda.

As vítimas são homens com idades entre 20 e 50 anos e sete deles moravam em Tepuche. Os corpos localizados na caminhonete vestiam roupas táticas, como coletes à prova de balas.

Em uma visita ao povoado, um jornalista da AFP constatou que várias casas estão abandonadas, depois que muitas famílias partiram devido à escalada de violência.

"A maioria das pessoas foi embora. Mas nós não porque os bichinhos estão aqui", disse à AFP Modesta, uma moradora de 62 anos. "Mas se tivermos que ir embora, se o governo disser, vamos embora", acrescentou, resignada.

Segundo veículos de imprensa locais, netas trocas de tiros grupos ligados aos filhos de "El Chapo" Guzmán e de Ismael "El Mayo" Zambada, considerado o número dois do grupo criminoso.

"Para os filhos de Guzmán, 'los chapitos', é uma questão de herança. Como seu pai formou o cartel de Sinaloa, acreditam que devem administrá-lo", comentou à AFP Mike Vigil, ex-chefe de operações internacionais da agência antidrogas americana (DEA, na sigla em inglês).

Depois de Guzmán ter sido capturado em 2016 e extraditado aos Estados Unidos em 2017, seus filhos Iván, Jesús e Ovidio acordaram que Zambada assumisse o comando do cartel enquanto "aprendiam o negócio", explicou o especialista.

"Só sabiam gastar dinheiro, mas agora já conhecem a operação do cartem e querem tomar o controle e por isso ocorrem estas disputas", acrescentou Vigil.

Os "chapitos" se preocupam com o futuro do cartel caso Zambada, de 72 anos e diabético, morra e seus substitutos assumam o controle.

"O cartel ianda não está dividido, mas está neste caminho. Muitos respeitam o 'Mayo' porque é o chefão mais velho do México, mas tem outro grupo que está com 'los chapitos' porque sabem que Zambada pode morrer", explicou o ex-agente.

Uma divisão deste grupo criminoso, considerado o mais poderoso do país, agravaria a violência porque fortaleceria o cartel Jalisco Nueva Generación.

A violência do narcotráfico não dá trégua no México. Mesmo com o país semiparalisado pela pandemia de COVID-19, o número de homicídios se mantém elevado, particularmente em Guanajuato (centro) e Sinaloa.

Em maio houve 2.423 homicídios, segundo o governo, e apesar de ser o mês com o menor número em 2020, especialistas em segurança esperavam uma queda maior.

O México iniciou o confinamento em 24 de março e neste mês, com 3.000 homicídios, foi o segundo mais violento desde que começou o registro oficial, em 1997.

Desde dezembro de 2006, quando o governo lançou uma operação militar antidrogas, até maio passado foram registrados 290.474 assassinatos, segundo cifras oficiais que não detalham quantos casos estariam ligados à criminalidade.


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