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Estado de Minas

Kosovares defendem 'guerra justa' após acusação do presidente


postado em 25/06/2020 09:43

No momento em que o presidente Hashim Thaci volta para casa nesta quinta-feira para enfrentar acusações de crimes de guerra durante o conflito com a Sérvia, os kosovares defendem uma causa "justa", anunciadora da independência.

Hashim Thaci é o ex-comandante político da guerrilha do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), que lançou a rebelião contra Belgrado há mais de 20 anos. O Kosovo ainda era província do sul da Sérvia.

O ex-guerrilheiro foi indiciado na quarta-feira pelos promotores do Tribunal Especial de Haia por uma série de supostos crimes relacionados ao conflito de 1998-99.

Estes crimes "envolvem centenas de vítimas conhecidas de origem albanesa, sérvia e cigana e de outras origens e incluem opositores políticos".

Os promotores explicaram que divulgaram as acusações por causa das "repetidas tentativas" de Hashim Thaci de "obstruir" o trabalho do tribunal. Este último é uma instância judicial kosovar, mas é composto por juízes internacionais.

O presidente da ex-província sérvia, a caminho do Kosovo, depois de interromper uma visita a Washington para discutir as difíceis relações com a Sérvia, ainda não comentou as acusações. Mas em seu perfil no Facebook, agora existe o logotipo da guerrilha.

- "Tribunal injusto" -

Os kosovares defendem a rebelião que se levantou contra Belgrado em um conflito que deixou 13.000 mortos, a maioria albaneses.

"Este tribunal é injusto porque julga apenas os combatentes do ELK", disse Qazim Fazlia, um aposentado de Pristina. "Sabemos que foi a Sérvia que cometeu crimes no Kosovo".

Skender Musa, um advogado, espera que o tribunal especial "absolva" o ELK. "É extremamente certo que nenhum soldado uniformizado do ELK cometeu crimes contra civis sérvios", disse ele à AFP.

O conflito terminou com uma campanha de bombardeios da Otan liderada pelos Estados Unidos, que forçou as forças sérvias a se retirarem.

Oficiais do Exército e da Polícia sérvios foram posteriormente condenados por crimes de guerra pela justiça internacional no conflito em que milhares de civis albaneses foram mortos, torturados ou deslocados.

Mas os guerrilheiros também são acusados de atrocidades contra sérvios, ciganos e opositores albaneses durante e após a guerra.

- Dominação política -

Muitos comandantes da guerrilha se tornaram atores no cenário político do Kosovo, que proclamou a independência em 2008, ainda não reconhecida pela Sérvia.

Primeiro como primeiro-ministro e hoje como presidente, Hashim Thaci domina a vida política.

Seu braço direito, Kadri Veseli, ex-chefe de inteligência do ELK que agora chefia um partido político fundado pelo presidente, também foi acusado de crimes de guerra. Ele denuncia acusações "falsas".

A embaixadora do Kosovo nos Estados Unidos, Vlora Citaku, que é próxima de Hashim Thaci, escreveu no Twitter: "Quando a poeira baixar e a fumaça diminuir, o #ELK será sempre o movimento de libertação mais vitorioso da história moderna".

O ex-primeiro-ministro Ramush Haradinaj, também ex-guerrilheiro, saiu em socorro do presidente.

"O Exército de Libertação do Kosovo travou uma guerra pura, que resultou na liberdade e na criação da República do Kosovo", escreveu no Facebook.

"Acreditamos na inocência do presidente Thaci, do presidente (do partido) Veseli e de todos os outros camaradas", afirmou.


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