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Estado de Minas

Sul dos EUA registra forte aumento de infecções por coronavírus


postado em 24/06/2020 19:13

Recorde de novos casos, aumento do número de internações e pacientes cada vez mais jovens: o sul dos Estados Unidos, da Flórida à Califórnia, tornou-se o epicentro do novo coronavírus no país e autoridades locais ameaçam impor novas restrições.

Como sinal de mudança do cenário, os dois primeiros focos da pandemia nos EUA (Nova York e Nova Jersey), assim como o estado vizinho de Connecticut, decretaram nesta quarta-feira (24) quarentena obrigatória para quem chega dos estados que registram aumentos.

Com mais de 330 milhões de habitantes, os Estados Unidos registram o pior balanço do mundo em números absolutos: mais de 121.000 mortos e cerca de 2,3 milhões de pessoas infectadas.

Cerca da metade dos 50 estados americanos observaram um aumento do número de casos nas últimas duas semanas, entre eles a Califórnia, o mais populoso e quinta maior economia do mundo. Apenas ontem, foram registrados 7.149 novos casos, um recorde que empurra o total de casos positivos para 190.222, com 5.632 mortos.

O governador Gavin Newsom disse que o aumento era esperado devido ao feriado, que levou milhares de pessoas às praias e outros espaços públicos, e aos protestos em massa provocados pela morte de George Floyd.

"Não podemos continuar fazendo o que temos feito nas últimas semanas", assinalou Newsom hoje, em entrevista coletiva. "Muitos de nós, e eu entendo, desenvolvemos um pouco de febre devido ao confinamento. Alguns, eu diria, desenvolveram um pouco de amnésia. Outros, francamente baixaram a guarda. E entendo que somos todos seres humanos."

- 'Inaceitável' -

Os governadores de Texas e Flórida, alidados do presidente Donald Trump, foram forçados a decretar ou promover novas medidas de segurança para conter a propagação da Covid-19.

O Texas, que iniciou o desconfinamento no começo de maio, registrou ontem 5.489 novos casos, de um total de mais de 120.000. Este recorde levou seu governador, Greg Abbott, a pedir que a população não saia de casa. Ele também anunciou que quatro máscaras serão entregues a todos que fizerem o teste.

O número de hospitalizações dobrou no decorrer do último mês e os centros médicos temem ficar sobrecarregados. Abbott disse esta semana que este índice de propagação é "inaceitável" e pediu à população que use máscara e respeite o distanciamento social, alertando que poderá instruir medidas adicionais, embora tenha afirmado que não pensa em voltar a fechar o comércio.

Kim Cherryhomes, dona de uma loja de roupas na cidade costeira de Galveston, leste do Texas, lamenta que o governador nunca tenha ordenado o uso de máscara. "Entendo que eles [os políticos] se preocupam com a economia. Mas há vidas em jogo", assinala, acrescentando que decidiu "fazer a sua parte", impondo a seus clientes que levem máscaras.

A epidemiologista Rebecca Fischer acredita que o pico de infecções no Texas ainda está longe de acontecer. As medidas para conter a propagação do vírus devem ser mantidas pelo maior tempo possível até que "o surto ou a epidemia estejam quase extintos".

- Semanas críticas -

Na Flórida, as imagens de banhistas voltando às vastas praias de Miami, fechadas por quase três meses pela pandemia, percorreram o mundo quando reabriram em 10 de junho na esperança de um retorno à "normalidade".

No entanto, esse estado turístico do sudeste também registrou hoje um recorde de novos casos (5.508) e, na segunda-feira, ultrapassou a barreira dos 100.000 casos positivos.

Desde ontem, o uso de máscara é obrigatório em uma dezena de cidades que compõem o populoso condado de Miami. Na semana passada, já era obrigatório em outras cidades e jurisdições, como Orlando, Tampa e as célebres Keys da Flórida, no extremo sul, onde a multa em caso de descumprimento é de até 500 dólares.

O governador Ron DeSantis lamentou a "verdadeira explosão de novos casos entre os jovens" e advertiu que os bares e restaurantes que não seguirem as regras de distanciamento social correm o risco de perder suas licenças para a venda de bebidas alcoólicas.

A situação levou este fiel apoiador de Donald Trump a adotar uma posição contrária a do presidente americano, ao declarar pela primeira vez, no último sábado, que o aumento do número de testes de diagnóstico do novo coronavírus não poderia explicar, por si só, o pico de infecções.

Outros estados do sul, como Arizona, as Carolinas e Oklahoma também registram um aumento do número de infectados. O Arizona bateu um recorde ontem, com 3.591 novos casos, em um total de 60 mil.

Para o imunologista da Casa Branca, o respeitado Anthony Fauci, "as próximas duas semanas serão críticas para combater estes surtos preocupantes".


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