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Estado de Minas

Tecnológicas dos EUA consideram contraproducente suspensão de vistos


postado em 23/06/2020 20:07

Os diretores do Google e da Apple estão "decepcionados" e o da Microsoft acredita que "não é o momento". A suspensão dos principais vistos de trabalho pelo presidente dos Estados Unidos preocupa startups e gigantes da tecnologia, que temem que a medida afete a inovação e o progresso no país.

Donald Trump, que tentará a reeleição em novembro, anunciou na segunda-feira a suspensão de Green Cards (para residência permanente) e alguns vistos de trabalho, incluindo os do tipo H-1B, amplamente utilizados no setor de altas tecnologias.

"A imigração contribuiu enormemente para o sucesso econômico dos Estados Unidos", afirmou no Twitter o chefe da Alphabet (Google), Sundar Pichai, nascido na Índia.

O Vale do Silício, berço de startups e unicórnios que se tornaram líderes mundiais, é muito dependente de imigrantes qualificados para atender à alta demanda por engenheiros, especialistas em dados, desenvolvedores de computadores entre outros.

Trump justifica a decisão como um incentivo aos trabalhadores americanos, diante de um aumento acentuado do desemprego (13,3% da população ativa em maio contra 3,5% em fevereiro) associado à pandemia.

Mas o endurecimento da política de imigração vai "impedir as empresas americanas, o setor de tecnologia e outros de contratar homens e mulheres necessários para reforçar suas equipes, relançar a economia e impulsionar a inovação", segudno Jason Oxman, presidente da Information Technology Industry Council, uma associação profissional que reúne mais de 70 empresas, incluindo Apple, Amazon, Google, Facebook e Microsoft.

"Em um momento crítico para a economia dos Estados Unidos, isso terá um impacto na recuperação e no crescimento nos próximos anos", disse ele.

- Decisão "política" -

Os vistos H-1B são emitidos anualmente para 85.000 solicitantes. O decreto assinado na segunda-feira também interrompe os vistos L, utilizados pelas multinacionais para transferir funcionários, a maioria dos vistos J, usados por estudantes e pesquisadores e outros vistos de trabalho.

Segundo um alto funcionário, essa "pausa" impedirá a chegada de pelo menos 525.000 estrangeiros.

É uma "decisão principalmente política", diz Darrell West, diretor do Centro de Inovação Tecnológica da Brookings Institution.

Trump se envolveu com o setor de tecnologia em várias frentes, incluindo a regulamentação de grandes plataformas, que na opinião do presidente tentam prejudicá-lo, apesar de seu uso frenético das redes sociais.

"O decreto é contraproducente porque as empresas dos setores de tecnologia, da agricultura e turismo, terão dificuldade em encontrar os funcionários que precisam", disse West.

Segundo um alto funcionário do governo, a suspensão dos vistos H-1B será temporária e uma reforma para 2021 deve definir que as permissões aos estrangeiros mais qualificados sejam designadas e não mais por loteria.

Também indicou que a medida deve "eliminar a competição aos americanos em cargos iniciantes e atrair os melhores e os mais talentosos".

Mas, de acordo com um estudo recente da Universidade de Georgetown, os Estados Unidos tentam atrair engenheiros internacionais qualificados para seu território em áreas-chave, como inteligência artificial.

Se o país não flexibilizar suas regras de imigração, "universidades e empregadores estrangeiros podem começar a recrutar americanos sigilosamente", dizem os pesquisadores.

- Decepção -

Muitos líderes, grupos e subsidiárias do Vale do Silício são de origem imigrante e foram rápidos em lembrar suas histórias no Twitter.

"A imigração tem um lugar central na história dos Estados Unidos e na minha história pessoal", disse Susan Wojcicki, diretora executiva do YouTube, subsidiária do Google e filha de um imigrante polonês.

Elon Musk escreveu que "não estava de acordo" com a decisão presidencial.

"De acordo com minha experiência, essas habilidades (tecnológicas) criam empregos. Reformar o sistema de vistos faz sentido, mas isso vai longe demais", acrescentou o chefe da Tesla, nascido na África do Sul.

Brad Smith, presidente da Microsoft, tuitou: "Agora não é hora de isolar nosso país do talento internacional, de criar incerteza e ansiedade".

"Como a Apple, essa nação de imigrantes sempre se fortaleceu da diversidade e da esperança da promessa duradoura do sonho americano", disse Tim Cook, executivo-chefe da fabricante do iPhone. "Não há nova prosperidade sem esses dois elementos. Estou profundamente decepcionado com esta decisão".


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