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Estado de Minas

Maduro ou Guaidó? Justiça britânica examina quem representa o povo venezuelano


postado em 22/06/2020 06:55

Um tribunal comercial de Londres começa a examinar nesta segunda-feira quem, entre Nicolás Maduro e Juan Guaidó, considera legítimo representante do povo venezuelano, o primeiro passo para uma decisão sobre a devolução de um bilhão de dólares em ouro depositados no Banco da Inglaterra (BoE).

As audiências, celebradas por videoconferência devido à pandemia de coronavírus, devem acontecer por quatro dias e podem levar um tribunal comercial britânico a tomar uma decisão sobre questões políticas venezuelanas com graves consequências diplomáticas.

"A questão do reconhecimento pode desbloquear o resto", defendeu na audiência prévia o advogado Andrew Fulton, que representa os interesses de Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, reconhecido como "presidente interino" da Venezuela por 50 países que rejeitam a legitimidade de Maduro.

Entre estes países está o Reino Unido. O então ministro das Relações Exteriores Jeremy Hunt afirmou em fevereiro de 2019 que "a opressão do regime ilegítimo e cleptocrático de Maduro deve terminar".

Desde então, e apesar dos múltiplos esforços de Caracas, o Banco da Inglaterra não responde ao pedido de repatriamento de mais de 30 toneladas de ouro, avaliadas em um bilhão de dólares, que a Venezuela, como vários outros países, mantém na instituição.

Guaidó escreveu duas vezes às autoridades britânicas para pedir que rejeitem o pedido.

O Banco Central da Venezuela (BCV), presidido por Calixto Ortega, apresentou uma demanda em maio a um tribunal comercial de Londres, alegando que precisa dos recursos para lutar contra a pandemia de COVID-19.

O BoE afirma, no entanto, que está bloqueado entre esta direção do BCV e outra rival, nomeada por Guaidó.

Por este motivo, o juiz decidiu examinar antes, em um caso diferente, quem deve ser reconhecido como legítimo representante da república venezuelana.

A Venezuela, país com as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, sofre uma grave crise econômica, com severa escassez de alimentos e remédios, além do colapso no abastecimento de água e energia elétrica, o que forçou milhões de pessoas a abandonar o país nos últimos anos.

A existência de dois "presidentes" rivais dificulta o acesso do Executivo de Caracas aos recursos que o país tem no sistema financeiro internacional, inclusive em plena pandemia de COVID-19.

Tim Lord, advogado da equipe de Ortega, pretende demonstrar que, apesar de conceder "autoridade interina" a Guaidó, o governo britânico não retirou legalmente a legitimidade do regime de Maduro, com quem "mantém contatos diplomáticos", como o reconhecimento de sua embaixada em Londres.


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