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Estado de Minas

EUA lembram fim da escravidão em meio a protestos contra o racismo


postado em 19/06/2020 17:37

Violência policial, racismo estrutural, passado segregacionista: os Estados Unidos lembram nesta sexta-feira a abolição da escravatura, em meio a tensões e à consciência da discriminação persistente de que é vítima a população negra.

Milhares de pessoas são esperadas em várias manifestações, orações e atividades culturais previstas de Nova York a Los Angeles para marcar o 155° aniversário do "Juneteenth" (contração de junho com 19, em inglês), dia de 1865 em que os últimos escravos foram libertados no Texas.

Centenas de pessoas se manifestaram em Washington para denunciar "o racismo, a opressão e a violência policial", atendendo ao chamado dos clubes locais de basquete. Outras marchas convergiam à tarde para perto da Casa Branca, na recém-batizada Black Lives Matter Plaza, onde, em um ambiente festivo, músicos se uniram aos manifestantes.

Este ano, várias tragédias levaram o país a uma reflexão sobre o racismo, que está impregnado na sociedade. O afro-americano George Floyd, 46 anos, foi morto em 25 de maio na ação de um policial branco em Minneapolis que o asfixiou durante quase nove minutos, com o joelho sobre seu pescoço, apesar das súplicas para conseguir respirar.

O vídeo da ação provocou protestos de costa a costa contra a injustiça racial e a brutalidade policial. "A triste verdade é que este não foi um caso isolado", disse o irmão de George Floyd, Philonise, durante reunião no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o racismo.

Milhões de pessoas saíram às ruas sob o lema "Black Lives Matter" (As Vidas dos Negros Importam). Para inflamar ainda mais o cenário, um agente de Atlanta matou na semana passada um jovem negro ao atirar pelas costas quando ele fugia de um confronto com a polícia.

Os dois policiais envolvidos nas mortes foram acusados de assassinato. Os crimes levaram os parlamentares de vários estados americanos a aprovarem reformas das forças de segurança.

- Injustiça inimaginável -

O presidente Donald Trump denunciou a morte de Floyd e Brooks, mas com um forte discurso de "lei e ordem" e críticas aos manifestantes. O republicano organiza para amanhã um grande ato de campanha em Tulsa, Oklahoma. Ele causou indignação ao programar o comício para hoje e teve que adiá-lo.

Tulsa vive atormentada pelas lembranças de um dos piores distúrbios raciais da História. Ali, até 300 negros foram massacrados por uma multidão branca em 1921.

Por ocasião do Juneteenth, Trump divulgou hoje uma mensagem dirigida à comunidade negra americana, denunciando "a injustiça inimaginável da escravidão".

As manifestações das últimas semanas levaram os americanos a mergulhar na história de um país dilacerado pela escravidão, sistema que garantiu o seu desenvolvimento econômico. Grandes empresas, como Nike, Twitter e NBA, deram folga a seus funcionários hoje, para que comemorassem a data.

Apesar dos avanços alcançados pelo movimento pelos direitos civis nos anos 1950 e 1960, a minoria negra americana (13% da população) é a grande esquecida. Mais pobre e mais atingida por problemas de saúde, está sub-representada em nível político e sobrerrepresentada entre a população carcerária.


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