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Estado de Minas

UE se reunirá em julho para superar as diferenças no plano de recuperação


postado em 19/06/2020 15:25

Os 27 mandatários da União Europeia (UE) concordaram nesta sexta-feira (19) com uma nova reunião em julho para superar as diferenças sobre o seu plano que busca salvar os países da profunda recessão causada pela pandemia de coronavírus.

"Hoje há um consenso emergente, que é muito positivo, mas ao mesmo tempo não subestimamos as dificuldades", assegurou o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, após o término de um cúpula virtual de cinco horas.

Enquanto a COVID-19, que deixou mais de 190 mil mortos na Europa, parece remeter, Michel lançou a ideia de convocar uma reunião presencial em Bruxelas em meados de julho para tentar facilitar um acordo.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, advertiu que a situação do mercado trabalhista vai piorar, de acordo com o seu ambiente.

"Quanto mais rápido o pacote for acordado, melhor para a economia da UE", disse Legarde. As últimas previsões da Comissão Europeia preveem uma contração de 7,4% do PIB da UE em 2020 por conta da crise do novo coronavírus.

O caminho está cheio de obstáculos. A base de discussão é o plano da Comissão de tomar emprestado nos mercados cerca de 750 bilhões de euros (844 bilhões de dólares) em nome da UE para financiar a recuperação.

Estes fundos serão repartidos entre os países mediante a subsídios (meio bilhão de euros) e empréstimos (250 bilhões). A UE em seu conjunto se encarregaria de devolver o dinheiro das primeiras ajudas e não o país beneficiado.

"Ninguém questiona que a Comissão Europeia emita a dívida", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo o país assumirá a presidência temporária da UE em julho. "As pontes que devemos construir são grandes", disse.

Segundo os primeiros cálculos realizados por fontes comunitárias, Itália e Espanha, muito golpeadas pela crise sanitária e econômica pelo novo coronavírus, serão os principais países beneficiados, seguidos de Polônia e a França.

O foco está principalmente na Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca, os quatro países apontados como "frugais" e adeptos ao rigor fiscal, que se mostram hesitantes com o plano por seu volume de subsídios.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, questionou a possibilidade de se chegar a um acordo em julho. "É duvidoso que seja acordado para essas datas ou precisaremos de mais sessões" no verão ou mesmo "mais tarde", garantiu.

Seu colega austríaco, Sebastian Kurz, alertou por sua parte que era contra a permanência da dívida e, em sua opinião, afirma que a ajuda aos países deve ser "pontual" e "limitada no tempo", segundo a agência APA.

Para pagar a principal dívida por 30 anos a partir de 2028, Bruxelas propõe a criação de novos impostos, como o digital, grandes empresas ou do carbono na fronteira para importações poluentes, entre outros.

- "O quanto antes possível" -

A discussão do fundo de recuperação se soma à complexa discussão sobre o futuro orçamento comum da UE para o período de 2021-2027, ao qual será vinculado, e que resultou em um fracasso no final de fevereiro.

Os "frugais" defendem de novo por limitar o volume do Marco Financeiro Plurianual (MFP) 2021-2027, que a Comissão Europeia propõe em 1,1 trilhão de euros (1,24 trilhão de dólares) para todo o período.

"Terá que haver grandes melhorias antes que o orçamento e o fundo de estímulo sejam bons o suficiente", alertou em uma coletiva de imprensa o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, para quem as posições ainda estão "distantes".

A titular da Comissão, Ursula von der Leyen, defendeu que seu plano de recuperação 'Próxima Geração' defende uma saída baseada na transação ecológica e digital, como querem priorizar os "frugais".

Os países do Sul e do Leste, agrupados nos Amigos da Coesão, defendem não deixar de lado a MFP das políticas tradicionais agrícolas e de coesão, que representam mais da metade da atual receita.

Após a primeira discussão nesta quinta-feira, em que não se esperava nenhum acordo, a chefe do Conselho Europeu prometeu que apresentará propostas concretas. "É essencial tomar uma decisão o quanto antes possível", afirmou.

Um eventual acordo global sobre a MFP com novos recursos próprios e o fundo de recuperação deverão ser validados tanto pela Eurocâmara quanto pelos parlamentares nacionais, e a expectativa é que entre em vigor em 2021.


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