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Estado de Minas

Sotheby's reabre em Londres com um leilão excepcional de Picasso


postado em 15/06/2020 15:25

Após doze semanas fechada pela pandemia de coronavírus, a casa de leilões Sotheby's reabriu suas salas de exibição em Londres nesta segunda-feira(15) para uma venda excepcional, inteiramente dedicada a Pablo Picasso, uma iniciativa que foi resultado do confinamento.

Fechada desde 23 de março, como todos os estabelecimentos "não essenciais" que voltaram às atividades no Reino Unido nesta segunda-feira, a pesada porta de madeira foi aberta a fãs incondicionais, ansiosos para entrar nos salões onde é possível admirar as obras e os próximos cinco leilões.

O primeiro deles, aberto on-line até quinta-feira, é "O Mundo de Picasso". Uma venda "incomum" por reunir obras de um único artista com origens variadas, disse à AFP Helena Newman, presidente da Sotheby's Europe.

A ideia, inédita nesta empresa fundada em 1744, surgiu no final de março devido ao confinamento, explica ela.

"Devido ao adiamento dos principais leilões pela COVID-19, procuramos maneiras de reunir várias vendas que funcionavam on-line", lembra ela, enquanto cumprimentava os visitantes que entravam usando máscaras.

Cerca de 60 obras são da neta do artista, Marina Picasso, com quem a casa de leilões tem o hábito de trabalhar. Outras 140, são de vários colecionadores. Eles variam de "Le voyeur" (1933), um desenho a tinta com caneta e pincel estimado em 400.000 a 600.000 libras (500.000 a 750.000 dólares), a uma icônica fotografia de 1952 tirada por Robert Doisneau, de Picasso, sentado à mesa na qual pães simulam os dedos do artista.

Também há vasos, aquarelas, uma placa de gravação coberta de tinta e paletas de cores misturadas usadas em pinturas famosas.

- Demanda "incrivelmente forte" -

Somente um criador tão prolífico quanto o cubista de Málaga pode dar origem a esse tipo de leilão excepcional, com obras que vão de 1900 a 1972, considera Newman.

"Nos últimos anos, vimos uma demanda incrivelmente forte por Picasso, o artista mais reconhecido globalmente do nosso tempo", justifica Holly Braine, especialista em impressionismo e arte moderna da Sotheby's.

A venda será realizada totalmente on-line, como aconteceu nos três meses de confinamento em que os leilões programados eram 100% digitais.

Devido à pandemia, as casas de leilões aceleraram o desenvolvimento de suas ferramentas digitais: agora possuem catálogos interativos com realidade aumentada, vídeos de obras, explicações em várias línguas, links para sites de museus.

Os leilões on-line são "uma parte muito importante do futuro porque vemos que isso nos permite alcançar um público mais amplo", diz Newman.

Nos últimos três meses, a Sotheby's vendeu obras on-line por mais de US$ 140 milhões em quase 100 leilões em todo o mundo, viu seus compradores aumentarem 34% e um lance recorde de 3,4 milhões de libras (4,2 milhões de dólares).

No entanto, a casa ainda quer que as obras estejam disponíveis ao público.

"Queremos oferecer todo o espectro de experiências, para aprimorar o que fazemos on-line", explica.

- Voltar "todo os dias" -

No primeiro dia, os visitantes são escassos, mas, prevendo um fluxo maior, os concierges na entrada têm máscaras e desinfetantes obrigatórios. As setas projetadas no chão marcam a direção da visita e a saída é por uma rua próxima.

Um dos primeiros a cruzar o portão, o antiquário iraniano Waghoub Mahgerefteh, de 58 anos, foi até lá para examinar esculturas de jade de 700 anos.

"Preciso verificar a qualidade e a condição para determinar quanto pagar", explica ele, observando-as com uma pequena lâmpada separada por uma tela de acrílico do assento do especialista da Sotheby's.

"Muitas pessoas ainda não sabem que essas exposições podem ser visitadas", diz Chinese Insun Lee, 40, para explicar o baixo número de visitantes.

Morador de Londres há três anos, estava ansioso para voltar e, embora lamentasse o uso de luvas que "não são muito convenientes para tocar texturas de cerâmica", por exemplo, ele afirma gostar das pinturas.

E sem data à vista para a reabertura dos museus "Espero poder voltar amanhã, depois de amanhã e todos os dias", disse ele.


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