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Estado de Minas

Rússia condena americano a 16 anos de prisão por espionagem


postado em 15/06/2020 11:25

O ex-fuzileiro naval americano Paul Whelan foi condenado a 16 anos de prisão, nesta segunda-feira (15), por espionagem na Rússia, um caso que pode agravar as relações entre ambos os países.

Conforme anunciado por um juiz de Moscou, Whelan, de 50 anos, cumprirá sua sentença em um "campo com regime estrito".

Presente na sala de audiências, o americano anunciou que irá recorrer e denunciou uma "farsa judicial". O ex-fuzileiro naval voltou a alegar inocência e pediu ao presidente Donald Trump que interceda em seu nome.

"É um julgamento político, um julgamento vergonhoso. Provamos minha inocência", disse ele antes de sua condenação, garantindo se tratar de "um assunto sujo da política russa".

"Preciso que o presidente americano, o primeiro-ministro do Canadá, que Irlanda e Reino Unido ajam de maneira decisiva", disse Whelan, que também tem nacionalidades irlandesa e canadense.

Segundo a acusação, Whelan é um oficial de Inteligência americano altamente treinado. Ele nega e acusa os russos de tentarem prender "um James Bond em uma missão", quando eles sequestraram, na verdade, "um Sr. Bean de férias".

Whelan foi preso em dezembro de 2018 em meio a "um ato de espionagem", de acordo com os serviços de segurança russos, o FSB.

O réu alega ter caído em uma armadilha de uma pessoa conhecida, que lhe deu um pen-drive. Whelan afirma que imaginava que, nele, estivessem fotografias de uma viagem anterior à Rússia.

Em maio, a Promotoria russa solicitou 18 anos de prisão para Whelan, pouco menos do que a sentença máxima de 20 anos prevista para esse tipo de acusação.

O caso é uma das muitas fontes de tensão entre Moscou e Washington, somando-se a uma lista de problemas que inclui o conflito na Ucrânia, a guerra na Síria e a manutenção da paridade estratégica entre as duas potências.

- Indignação dos EUA -

Após o veredicto, o embaixador dos EUA em Moscou, John Sullivan, disse estar "decepcionado e indignado" com a condenação.

"Continuaremos a procurar uma solução justa para Whelan. Quero consultar o governo dos EUA e o secretário de Estado, Mike Pompeo", disse o embaixador à imprensa.

Em uma nota divulgada hoje, o governo americano manifestou sua "indignação" e exigiu sua soltura imediata.

Em uma declaração, o chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, denunciou "um processo secreto, com provas secretas e sem direitos apropriados para a defesa".

"Temos sérias razões para acreditar que Whelan foi privado das garantias de um julgamento justo, o que se supõe que a Rússia deva lhe garantir, de acordo com suas obrigações internacionais de direitos humanos", acrescentou.

"O tratamento de Paul Whelan por parte das autoridades russas tem sido terrível. A Rússia não garantiu a Whelan uma audiência justa perante um tribunal independente e imparcial e, durante sua detenção, colocou sua vida em risco por ignorar seus problemas de saúde, incluindo preexistentes, e o manteve isolado de sua família e amigos, de uma maneira inaceitável", acrescentou Pompeo.

Após o veredicto, o advogado do réu, Vladimir Jerebenkov, mencionou a possibilidade de seu cliente ser trocado por dois russos detidos nos Estados Unidos: o famoso ex-traficante de armas Viktor But e o piloto Konstantin Iaroshenko, preso por tráfico de drogas.

O advogado já havia falado de uma possível troca, mas essa possibilidade foi rejeitada em novembro de 2019 pela embaixada americana em Moscou.

Diretor de segurança de uma fabricante de autopeças dos EUA, Whelan disse que estava na Rússia para um casamento quando foi preso.


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