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Estado de Minas

Estátua de comerciante de escravos desperta antiga reivindicação no Reino Unido


postado em 09/06/2020 15:50

Os manifestantes contrários ao racismo no Reino Unido, indignados com a morte de George Floyd nos Estados Unidos, estão decididos a eliminar os símbolos do passado colonial britânico, após a derrubada da estátua de um comerciante de escravos em Bristol.

Para a tarde desta terça-feira, coincidindo com o enterro de Floyd do outro lado do Atlântico, ativistas britânicos convocaram uma manifestação em Oxford contra a estátua de Cecil Rhodes, magnata da mineração e político colonial atuante na África do Sul no século XIX.

Em 2016, já haviam sido organizados protestos contra a efígie de Rhodes, que adorna um prédio da Oriel College naquela renomada cidade universitária. Os ativistas não alcançaram seu propósito, mas, agora, vêem-se encorajados, depois que, no último domingo, manifestantes derrubaram a estátua de Edward Colston, comerciante de escravos do fim do século XVII, em Bristol.

A estátua daquele que financiou numerosas instituições naquela cidade do sudoeste da Inglaterra foi arrancada de seu pedestal e jogada no rio, abrindo um debate em nível nacional.

- Debate honesto sobre o colonialismo -

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que entende a revolta das pessoas que protestam no Reino Unido pela morte de George Floyd nos Estados Unidos, mas advertiu que não irá tolerar violência nem infrações ao distanciamento social.

"E então eu digo que sim, vocês estão corretos, nós estamos corretos, ao afirmar que as vidas dos negros importam. E a todos aqueles que escolheram protestar pacificamente e que insistiram no distanciamento social, eu digo sim, claro que eu escuto vocês e eu entendo", afirmou o chefe de governo conservador em mensagem de vídeo divulgada nesta segunda-feira à noite.

Porém, no momento em que o Reino Unido, segundo país do mundo mais afetado pelo novo coronavírus, com mais de 40.000 mortos, sai gradualmente do confinamento, Johnson advertiu que não apoiará "os que desrespeitarem as regras de distanciamento social, pela razão óbvia de que corremos o risco de novas infecções neste momento crítico. E não, eu não apoiarei nem cederei aos que violam a lei, atacam a polícia polícia ou vandalizam monumentos públicos."

O debate sobre o passado colonial do Reino Unido não é recente e o país é pressionado há tempos para que devolva obras como os frisos do Partenon de Atenas, exibidos no Museu Britânico, em Londres.

"Chegou a hora de um debate nacional franco sobre o legado do colonialismo", tuitou a deputada do opositor Partido Trabalhista Layla Moran, que pediu a destruição da estátua de Cecil Rhodes, "um supremacista branco que não representa os valores de Oxford em 2020".

A luta se estendeu a outras regiões do Reino Unido, como em Edimburgo, na Escócia, onde a estátua do político Henry Dundas, que trabalhou para atrasar a abolição da escravatura, também é polêmica. Adam McVey, do conselho municipal, disse que a estátua não lhe faria falta se fosse removida, em apoio aos ativistas contrários ao racismo.

- Banksy propõe solução -

Em Londres, perto do Parlamento, a estátua do ex-premier conservador e herói da Segunda Guerra Mundial Winston Churchill, cujas declarações sobre questões raciais causaram polêmica, também foi atacada no fim de semana. A poucos metros dali, os manifestantes foram convocados para uma manifestação na tarde de hoje, aos pés da estátua do herói sul-africano da luta contra o apartheid, Nelson Mandela, em homenagem a George Floyd.

O prefeito trabalhista de Londres, Sadiq Khan, considerou que os protestos colocaram em evidência a falta de diversidade nos espaços públicos. Ele anunciou a criação de uma comissão para resolver o problema.

Sobre a estátua de Edward Colston, o artista de rua Banksy, originário de Bristol, propôs uma solução para que defensores e detratores cheguem a um acordo: "Tiramos a estátua da água, colocamos de volta no pedestal, amarramos um cabo em volta do seu pescoço e agregamos estátuas de bronze, em tamanho real, dos manifestantes derrubando-a", reproduzindo a cena de domingo, propôs no Instagram. "Assim, todos ficam felizes", sugeriu.


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