O Ministério da Saúde do Brasil retificou nesta segunda-feira (8) o número de mortos e de casos do novo coronavírus após publicarem duas divulgações com números diferentes no último domingo, o que intensificou a polêmica sobre os erros nos dados da pandemia.
"O Ministério da Saúde informa que corrigiu duplicações e atualizou os dados divulgados sobre casos e óbitos por COVID-19 no último domingo (7)", indicou a pasta em comunicado.
Segundo a nota, o Brasil registrou até o último domingo 18.912 casos e 525 novas mortes, acumulando 691.758 casos e 36.455 mortes. O país é o segundo em número de casos e o terceiro em mortes no mundo.
No domingo à noite, o Ministério da Saúde emitiu dois relatórios com dados incompletos ou com diferenças em relação ao número total de mortos e casos.
O segundo relatório coincide com o publicado nesta segunda, mas o primeiro indicou 12.581 casos e 1.382 mortes em 24 horas.
As mudanças foram feitas sem nenhuma explicação, ocorrendo em meio a uma polêmica sobre as mudanças na política de comunicação do governo Bolsonaro, que desde o início da pandemia busca minimizar o impacto da doença.
Conforme explicado pelo Ministério da Saúde nesta segunda, as contagens divergiram porque 762 mortes foram registradas por erro no estado de Roraima, em vez de 142, e no estado do Ceará os dados corretos de casos foram um pouco mais altos do que o inicialmente indicado.
"É urgente que o Ministério da Saúde divulgue os números com seriedade, respeitando os brasileiros e em horário adequado. Não se brinca com mortes e doentes", ressaltou na noite de domingo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, alertando que o órgão investigará os dados.
O Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), que congrega os secretários regionais dessa área de atuação, acusou o governo de "invisibilizar" as mortes pela COVID-19.
Na última sexta, o ministério começou a emitir relatórios com o balanço diário de novos casos, mortos e recuperados, sem mencionar o balanço global.
Nesta segunda, o ministério insistiu que está em processo de atualizar a plataforma.
"Busca-se a elaboração e a disponibilização de dados epidemiológicos e estatísticos fidedignos, com base em números reais e transparentes e atualização periódica", acrescentou em nota oficial.