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Estado de Minas

Trump afirma que EUA 'superaram em grande medida' o novo coronavírus, que causa estragos no Brasil


postado em 05/06/2020 17:25

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que o pior da pandemia de coronavírus ficou para trás, no momento em que a doença causa estragos na América Latina, principalmente no Brasil, terceiro país do mundo em número de mortos.

Os Estados Unidos são o país mais atingido pela pandemia, com cerca de 108 mil das 390 mil mortes já causadas pela doença. Mas Trump, que busca a reeleição em novembro, adotou um tom otimista e comemorou as cifras do emprego divulgadas hoje.

Com a economia americana em pleno processo de reativação após o confinamento, o desemprego caiu em maio a 13,3%, contra 14,7% em abril. Trump declarou que o país "superou em grande medida" a crise, no momento em que a França afirmou que a epidemia de Covid-19 está controlada em seu território.

A América Latina, no entanto, encontra-se em seu pior momento desde o início da pandemia, com cifras alarmantes em Brasil, Chile, México e Peru, entre outros países. Com 34.021 mortos e quase 615 mil casos, o Brasil é o país mais afetado da região e terceira nação com mais mortos, atrás de Estados Unidos e Reino Unido.

O gigante latino-americano não aplicou nenhuma política contra o vírus em nível nacional, e as medidas de confinamento decretadas por alguns estados e municípios foram geralmente menos rigorosas do que na maioria dos países europeus.

"Nada indica que a curva da [mortalidade] diminuirá" no curto prazo no Brasil, alertou o presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR), Francesco Roca, em declarações à AFP.

À medida que a pandemia avança, as Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos (OEA) alertaram para o "sério risco" para os indígenas da Amazônia, lar de 420 povos originários, 60 deles em isolamento voluntário.

O cacique Raoni, figura emblemática da resistência indígena no Brasil, acusa o presidente Jair Bolsonaro de "aproveitar" a pandemia para impulsionar projetos que supõem o desaparecimento dos povos nativos.

Na quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo, o México registrou um máximo de infecções diárias (4.442) e mais 816 mortes, elevando o total para 105.680 casos e 12.545 óbitos.

O país começou a diminuir o confinamento após mais de dois meses, e seu presidente, Andrés Manuel López Obrador, pediu à população que não "relaxe a disciplina", mas também não caia na "paranoia".

No Peru, segundo país da região em número de casos e terceiro em mortes, os 5.000 óbitos foram superados na quinta-feira, enquanto o sistema de saúde está à beira do colapso, com mais de 9.000 pessoas hospitalizadas.

No Chile, as mortes causadas pelo novo coronavírus aumentaram 50% em uma semana e já somam 1.448, com 122.499 casos confirmados.

- Europa rumo à reabertura das fronteiras -

Na Europa, a União Europeia (UE) indicou que poderia abrir as fronteiras a viajantes de fora do continente no começo de julho, a tempo de aproveitarem o verão local. "Deveríamos considerar um levantamento gradual das restrições às viagens não-essenciais para a UE no começo de julho", indicou Ylva Johansson, comissário de Assuntos Internos do bloco.

Na França, "o vírus continua circulando em certas regiões, mas em baixa velocidade", declarou o presidente do conselho científico que assessora o governo, François Delfraissy, afirmando que "pode-se dizer, razoavelmente, que a epidemia está sob controle" naquele país, que já registrou mais de 189 mil casos. Já o Reino Unido superou hoje 40 mil mortos pelo novo coronavírus.

- Horizonte econômico obscuro -

Trump comemorou a melhora das cifras sobre o emprego no momento em que a crise sanitária se soma à econômica, após mais de dois meses de atividade global paralisada.

"Tínhamos a maior economia da história. E essa força nos permitiu superar esta horrível pandemia, que já superamos, em grande medida. Acho que estamos indo bem", declarou Trump em tom eleitoral, visando às eleições presidenciais de novembro.

Trump defendeu sua gestão da crise nos Estados Unidos. "Tomamos todas as decisões corretas", afirmou, pedindo aos governadores do estados que ainda aplicam medidas parciais de confinamento que suspendam as restrições.

O presidente americano se referiu à pandemia como a "praga da China" e disse que o gigante asiático, onde a pandemia surgiu no final de 2019, "tirou grande vantagem dos Estados Unidos".

Trump apareceu exultante nos jardins da Casa Branca diante dos jornalistas, em uma conferência na qual o distanciamento social entre repórteres não era mais exigido. "Esta é a maior recuperação da história dos Estados Unidos e não irá parar por aqui."

Na Espanha, outro dos países europeus mais afetados, com mais de 27.000 mortes e onde uma estrita quarentena foi decretada desde 14 de março, a produção industrial despencou 33,6% em abril na taxa interanual, com um impacto especial no Setor automotivo.

A montadora japonesa Nissan anunciou que fechará sua fábrica em Barcelona (nordeste), o que resultará na eliminação de 3.000 empregos diretos e 22.000 indiretos, de acordo com os sindicatos. Sua concorrente Ford planeja cortar 350 empregos em sua fábrica em Valencia (leste), adotando um programa de demissão voluntária.


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