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Estado de Minas

Forças do governo tomam última posição de Haftar no oeste da Líbia


postado em 05/06/2020 09:55

As forças pró-governo anunciaram nesta sexta-feira (5) que assumiram o controle de todo o oeste da Líbia, causando uma dura derrota às tropas rivais do marechal Khalifa Haftar, expulsas de seu último reduto na região.

"Nossas forças heroicas ampliaram seu controle sobre toda a cidade de Tarhuna após aniquilar as milícias terroristas de Haftar", 80 quilômetros ao sul da capital Trípoli, anunciou o porta-voz das forças do Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, Mohamad Gnunu, em comunicado.

A perda de Tarhuna marca um ponto de virada no conflito entre os dois lados desde o lançamento, em abril de 2019, pelo marechal Haftar, de uma ofensiva para tomar Trípoli, onde o GNA está sediado, em meio a uma disputa pelo poder neste país mergulhado no caos.

Nos últimos meses, o conflito testemunhou uma participação crescente de potências estrangeiras.

O aumento do apoio militar da Turquia permitiu ao GNA várias vitórias.

O marechal Haftar, homem forte no leste da Líbia, tem o apoio do Egito, dos Emirados Árabes Unidos e da Rússia.

Desde quarta-feira, o GNA anunciou sucessivamente a tomada do aeroporto internacional de Trípoli, fora de serviço desde 2014, bem como o controle total das fronteiras administrativas da Grande Trípoli (cidade e periferia) e a recuperação de Tarhuna.

A imprensa líbia mostrou nesta sexta-feira a presença das forças pró-GNA dentro da cidade.

Sem confirmar diretamente os dois primeiros reveses, o porta-voz de Haftar, Ahmad al-Mesmari, informou na quinta-feira à noite uma "redistribuição" de tropas fora de Trípoli.

Evocou ainda "uma iniciativa humanitária destinada a parar o derramamento de sangue do povo líbio", assegurando que a decisão para essa redistribuição foi tomada após "a aceitação do comando militar" de participar do comitê militar sob os auspícios das Nações Unidas.

- Ajuda externa -

Na quarta-feira, as Nações Unidas anunciaram a retomada em Genebra das negociações - suspensas por mais de três meses - do comitê militar (5+5), um órgão composto por cinco membros pró-GNA e cinco membros pró-Haftar. O objetivo é alcançar um cessar-fogo no conflito.

Todas as tentativas anteriores de estabelecer um cessar-fogo duradouro falharam.

Desde que a ofensiva começou em abril de 2019, centenas de pessoas, incluindo muitos civis, morreram, e cerca de 200.000 fugiram.

Ao iniciar sua ofensiva, o marechal Haftar esperava uma vitória rápida, mas os combates foram contidos no sul da capital.

Segundo os apoiadores do GNA, alguns comandantes pró-Haftar fugiram para o aeroporto de Bani Walid, uma cidade controlada por tribos locais e localizada 170 quilômetros ao sudeste da capital.

O GNA agora controla todo oeste do país, com o apoio local dos grupos armados do oeste da Líbia, principalmente os de Misrata.

Já o marechal Haftar controla o leste da Líbia, que inclui a maior parte dos terminais de petróleo - bloqueados por suas forças desde o início do ano - e parte do sul do país.

Os recentes contratempos do marechal Haftar "mostram até que ponto a ajuda externa se tornou decisiva para os dois lados", estima Wolfram Lacher, pesquisador do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e Segurança (SWP).

Em caso de derrota na Batalha de Trípoli, Khalifa Haftar "enfrentaria desafios crescentes por sua autoridade no leste e no sul", acrescenta ele.


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