A França desmentiu, nesta sexta-feira (5), que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó esteja refugiado em sua embaixada em Caracas, como afirmou o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza.
"O senhor Juan Guaidó não está na residência da França em Caracas. Confirmamos isso várias vezes às autoridades venezuelanas", disse a porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Agnès von der Mühll.
"Todos os esforços agora devem se concentrar agora em encontrar uma solução política para a crise política venezuelana", acrescentou a porta-voz, que pedia "eleições livres" e "transparentes" para "pôr fim ao sofrimento do povo venezuelano".
Ontem, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela disse que Guaidó estava na embaixada francesa, alguns dias depois de o presidente socialista Nicolás Maduro insinuar que o líder parlamentar estava "escondido" em uma sede diplomática.
"Nós não podemos entrar em uma residência de uma embaixada de nenhum país, neste caso da Espanha, ou da França, e que a Justiça os tire à força. Não pode, não pode", respondeu Arreaza em entrevista a uma rádio, ao ser questionado por um jornalista sobre a suposta presença de Guaidó na embaixada francesa e sobre a permanência de seu mentor, Leopoldo López, "hospedado" na residência do embaixador espanhol em Caracas há mais de um ano.
"Esperamos que esses governos retifiquem (...) e entreguem os foragidos da justiça à Justiça venezuelana", acrescentou Arreaza.
Na segunda-feira, sem citar diretamente qualquer missão diplomática, Maduro deu a entender que Guaidó está "escondido em uma embaixada".
O atual líder da oposição venezuelana negou a acusação imediatamente.
"Eles mentem para você", tuitou Guaidó, momentos depois, no Twitter, afirmando estar, "onde quer que esteja, com o povo".
A França está entre os mais de 50 países que, liderados pelos Estados Unidos, reconhecem Guaidó como presidente encarregado da Venezuela depois que o Parlamento da maioria da oposição declarou Maduro "usurpador" do poder.
Juan Guaidó é alvo de vários processos judiciais desde que foi proclamado presidente interino em janeiro de 2019, embora não se saiba se há um mandado de prisão contra ele.