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Estado de Minas

Coronavírus ganha força na América Latina enquanto Itália reabre fronteiras


postado em 03/06/2020 21:07

O novo coronavírus ganha força na América Latina, com o Brasil à frente, e dá uma trégua à Europa, onde a Itália reabriu nesta quarta-feira (3) suas fronteiras aos cidadãos do continente, um passo rumo à normalidade após o vendaval sanitário e econômico provocado pela pandemia.

A situação é muito preocupante na América Latina, onde se registram mais de 1,1 milhão de contágios e 55.000 falecidos.

Nos próximos dias, o Brasil poderá superar o número de mortos da Itália, o terceiro país com mais óbitos pela COVID-19.

O país de 210 milhões de habitantes é o mais castigado na região, com mais de 555.000 casos e mais de 31.000 mortes. E assim como no resto do mundo, a epidemia atingiu com força sua economia: a produção industrial brasileira despencou 18,8% em abril por causa da crise sanitária.

Diante desse desastre econômico, o estado de São Paulo retomou as atividades de vendas em centros comerciais e o Rio de Janeiro liberou a ida a locais de culto e a prática de esportes aquáticos.

Na Bahia (nordeste), no entanto, o governador impôs a partir de quarta-feira um toque de recolher em 19 municípios do sul do estado para conter a propagação do coronavírus.

"Se não agirmos, podemos ver uma explosão de casos e uma explosão na demanda por leitos em unidades de terapia intensiva, que não poderemos atender", disse o governador Rui Costa.

A alternativa, disse, é "um grande número de óbitos" na Bahia, que já soma 21.000 casos e 700 mortes.

Uma vacina para a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca será testada em junho com 2.000 voluntários brasileiros.

Outro país que tenta avançar para o desconfinamento diante do desastre econômico é a Venezuela, onde bancos e negócios privados abriram as portas.

"O coronavírus não é brincadeira (...) mas precisava trabalhar", disse o gerente de uma sapataria de Caracas, Rubén Castillo.

As autoridades sanitárias do Chile prorrogaram pela quarta semana a quarentena que vigora em Santiago. O país tem mais de 113.000 contagiados e 1.275 falecidos.

No Equador, Quito também começou lentamente a voltar à normalidade, após onze semanas de confinamento.

Nos Estados Unidos, especialistas temem que a onda de protestos iniciada após a morte de um homem negro por um policial branco provoque uma nova onda de contágios. O país é o mais afetado do mundo em termos absolutos com mais de 106.180 falecidos e 1,84 milhão de casos.

- Discussão pela hidroxicloroquina -

No campo científico, a polêmica voltou a surgir com o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que os testes clínicos com o medicamento hidroxicloroquina serão retomados, após terem sido suspensos para efetuar uma revisão de segurança.

Este fármaco, derivado da cloroquina, é objeto de debate intenso entre os médicos que o usam e que asseguram que ajuda a melhorar o estado de saúde dos infectados, e os que afirmam que pode ter efeitos colaterais graves.

A prestigiosa revista médica The Lancet, que havia publicado um estudo de dimensões globais desaconselhando o uso do fármaco, foi obrigada a se distanciar e admitiu que deverá revisá-lo, já que o informe traz "sérias questões científicas".

A pandemia causou mais de 382.000 mortos e contagiou cerca de 6,5 milhões de pessoas no mundo, segundo contagem da AFP até esta quarta-feira.

Mas na Europa, os países vão deixando para trás o pior. A Itália, o primeiro epicentro da pandemia no continente, permite a seus cidadãos se deslocar livremente entre regiões nesta quarta-feira e retomou os voos internacionais em pelo menos três cidades importantes: Roma, Milão e Nápoles.

"O país está voltando à vida", expressou o ministro de Assuntos Regionais, Francesco Boccia.

A Itália pede agora aos outros países da região que também abram suas fronteiras, uma questão que os governos ainda estão debatendo.

A Alemanha anunciou que porá fim a partir de 15 de junho às restrições para as viagens turísticas na Europa.

A Espanha, com quase 28.000 mortos, suspenderá a quarentena para os estrangeiros em 1º de julho, e o Reino Unido, o mais castigado da Europa com 40.000 mortes, se propõe a receber turistas de alguns países considerados seguros.

A Rússia também avança para a normalidade e já convocou um referendo constitucional para 1º de julho, embora continuem os temores de uma segunda onda. No Irã, por exemplo, há um novo pico da pandemia.

- Polêmicas sobre a gestão da crise -

A gestão da pandemia e da crise econômica sem precedentes que provocou continua gerando polêmicas na Europa.

O governo espanhol conseguiu a aprovação de que será sua última prorrogação do estado de alerta, até 21 de junho, após um duro debate no Parlamento.

"Não foi capaz de salvar vidas, nem defendeu a economia. Deixou para trás milhares de pessoas", criticou em alusão ao governo Pablo Casado, líder do opositor Partido Popular (conservador).

O principal encarregado da política de combate ao coronavírus na Suécia, o epidemiologista Anders Tegnell, admitiu por sua vez que talvez pudesse ter sido adotada uma política mais estrita no país.

A Suécia não impôs um confinamento à sua população e até agora contabilizou cerca de 4.500 mortos.


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