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Estado de Minas

Pentágono tenta se afastar de Trump, depois de críticas por 'uso político'


postado em 02/06/2020 21:18

O Pentágono tentou se distanciar do presidente americano, Donald Trump, nesta terça-feira (2) após acusações de sua utilização com fins políticos pelo republicano, declarações controversas do secretário de Defesa Mark Esper e do destacamento militar em torno da Casa Branca.

Em um país onde as Forças Armadas são reverenciadas, o chefe do Pentágono, Mark Esper, expressou preocupação ao declarar na segunda-feira que os funcionários encarregados de fazer cumprir a lei devem "dominar o campo de batalha" para restaurar a ordem, em meio a protestos contra a violência policial, o racismo e a desigualdade social.

Esper e o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, acompanharam Trump quando ele caminhou na noite de segunda-feira até a igreja de Saint John, um edifício emblemático perto da Casa Branca, que havia sofrido danos nas manifestações do dia anterior.

O secretário de Defesa estava na primeira fila das autoridades, perto de Trump, quando o presidente foi fotografado em frente à igreja com uma Bíblia na mão, minutos depois de as forças de segurança dispersarem manifestantes que protestavam pacificamente em frente à Casa Branca, batendo neles com seus cassetetes e lançando gás lacrimogêneo.

O general Milley apareceu com seu uniforme militar atrás de Trump, em um vídeo com motivações eleitorais, o que desagradou a oposição democrata e ex-militares.

Um alto funcionário do Pentágono disse que, ao falar em "campo de batalha", Esper não tinha segundas intenções, e que o ex-soldado falava apenas no "jargão militar".

Quanto à presença de Milley atrás do presidente em uma saída da Casa Branca, obviamente política, pareceu involuntária, acrescentou o alto funcionário sob condição de anonimato.

O presidente disse a eles "que queria ver as tropas posicionadas do lado de fora", disse a fonte, que garantiu que nem Esper, nem Milley "sabiam que a polícia havia decidido limpar" a área.

- "Jargão militar" -

O Congresso não foi ficou de fora do caso. O presidente do Comitê das Forças Armadas da Câmara dos Deputados, Adam Smith, expressou preocupação com a liderança "autocrática" de Trump e "como isso afeta o julgamento da hierarquia militar".

"O papel das Forças Armadas dos EUA na manutenção da ordem no território é limitado por lei", lembrou.

De fato, uma lei proíbe o uso de soldados ativos para missões de aplicação da lei, exceto no caso de uma insurreição.

Em caso de desordem pública, cabe a cada estado americano recorrer a policiais reservistas da Guarda Nacional.

O virtual candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, o ex-vice-presidente Joe Biden, acusou Trump de "transformar o país em um campo de batalha dividido por velhos ressentimentos e novos medos".

As minorias estão amplamente representadas nas Forças Armadas dos EUA, o que é considerado uma forma de ascensão social, e o desconforto era visível entre os soldados após a morte em Minneapolis de George Floyd, um negro de 46 anos sufocado por um policial branco.

"Sou George Floyd", tuitou o subtenente Kaleth Wright, membro de destaque entre os militares afro-americanos.

"Como a maioria dos aviadores negros e outros de nossas fileiras, fico indignado ao ver outro homem negro morrer na televisão diante de nossos olhos". "Isso poderia acontecer comigo", acrescentou ele em uma avalanche de tuítes de grande repercussão.


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