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Estado de Minas

Reabertura das escolas provoca polêmica na Inglaterra


postado em 01/06/2020 09:19

As escolas do ensino básico começaram a retomar as atividades na Inglaterra, nesta segunda-feira (1o), um passo na flexibilização do confinamento que muitos pais, professores e governos locais consideram precipitado no segundo país do mundo com mais mortes provocadas pelo coronavírus.

O Reino Unido registra mais de 38.000 óbitos confirmados por COVID-19, mas o número aumenta para 46.000 quando são considerados os casos suspeitos. Apenas os Estados Unidos, com uma população cinco vezes maior, têm mais vítimas fatais.

Depois de impor um confinamento tardio em 23 de março, o primeiro-ministro Boris Johnson está sob pressão agora para relaxar as restrições que têm um elevado custo econômico.

A partir desta segunda-feira, as reuniões com até seis pessoas estão autorizadas em locais abertos - parques públicos, ou jardins privados -, o que permite o reencontro de familiares e amigos.

Também voltaram a funcionar os negócios ao ar livre, como mercados de rua e concessionárias de carros. A previsão é que o restante do comércio seja autorizado a retornar em duas semanas.

Para aliviar a carga dos pais, as escolas começaram a receber apenas as crianças de 4 a 6 anos e de 10 a 11 anos.

As medidas são aplicadas apenas na Inglaterra, porque os governos autônomos de Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte seguem os próprios calendários, muito mais lentos.

- Relutância dos pais -

Muitos na Inglaterra consideram a reabertura das escolas uma decisão prematura.

O Sindicato Nacional de Educação pediu "mais provas e evidências científicas sólidas para a reabertura no momento adequado", e a Associação de Diretores de Escolas está preocupada com os "importantes problemas logísticos" do retorno às aulas.

"Não podemos prometer realmente aos pais que suas crianças permanecerão a dois metros umas das outras o tempo todo", afirmou Bryony Baynes, diretora de uma escola do ensino básico de Worcester (oeste da Inglaterra).

Um estudo da Fundação Nacional de Pesquisa em Educação com 1.200 diretores de escola mostra que quase metade das famílias pretende manter os filhos em casa.

"Entendo que algumas pessoas não querem a reabertura das escolas agora. Mas temos que avançar e também temos que garantir que nossos filhos não regridam", argumentou o ministro da Educação, Gavin Williamson, ao jornal "Daily Telegraph".

- Ajudar as crianças desfavorecidas -

A comissária para a Infância, Anne Longfield, pediu no mesmo jornal que o governo organize cursos de verão (hemisfério norte), em julho e agosto, para ajudar as crianças desfavorecidas a recuperarem o tempo perdido durante os meses de confinamento.

"É um momento delicado", admitiu o ministro das Empresas, Alok Sharma, à BBC.

"O governo atua com cautela e não quer ver uma segunda onda de contaminação", disse.

Relutantes com o calendário, os governos de vários municípios e condados ingleses pediram que suas escolas não retomem as atividades por enquanto.

E até alguns membros do comitê científico que aconselha o governo sobre o coronavírus expressaram temores. O professor John Edmunds considerou "arriscado" avançar para a etapa seguinte da flexibilização quando o país ainda registra milhares de contaminações por dia.

Johnson passou grande parte da semana passada tentando apagar o incêndio provocado dentro de seu governo pela notícia de que seu conselheiro especial, o polêmico Dominic Cummings, fez duas viagens de carro durante o pico da pandemia.

Cinquenta deputados do Partido Conservador pediram a demissão de Cummings por considerar que ele violou as regras do confinamento, o que abalou a credibilidade do Executivo.

Cummings e Johnson afirmaram em várias entrevistas que tudo aconteceu dentro das regras. A polícia considerou que o conselheiro cometeu uma "infração menor" e não apresentou acusações.

O primeiro-ministro deu por encerrada a polêmica, mas sua popularidade caiu consideravelmente. Agora, terá de se esforçar para recuperar o apoio.


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