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Estado de Minas

Em plena expansão da pandemia, Brasil enfrenta desunido o novo coronavírus


postado em 27/05/2020 15:50

O Brasil assiste ao avanço da pandemia do novo coronavírus, que se aproxima da marca das 25.000 mortes, com um ministro interino da Saúde e em meio a uma constante ofensiva do presidente Jair Bolsonaro contra as medidas de restrição dos estados.

Com quase 400.000 casos diagnosticados e 24.512 mortes até a última terça-feira, o Brasil é o segundo país no mundo em número de doentes e o sexto em mortes.

Durante cinco dias, o balanço diário de mortes ultrapassou o dos Estados Unidos, o país mais atingido em número absoluto de óbitos (98.584), e na terça também o excedeu em casos declarados oficialmente.

"Na América do Sul, estamos particularmente preocupados porque o número de novos casos registrados na última semana no Brasil foi o mais alto em um período de sete dias desde que a pandemia começou", declarou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne.

Os números no Brasil parecem menos impressionantes quando colocados lado a lado dos 210 milhões de habitantes existentes no país: o coeficiente é de 119 mortes por milhão de habitantes, comparado a quase 300 nos Estados Unidos e 580 na Espanha. No entanto, em muitos estados brasileiros o sistema de saúde está à beira do colapso.

Além disso, segundo estimativas, o número de casos pode ser até quinze vezes maior, já não são realizados testes em massa no país.

Há duas semanas, um modelo do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington, antecipou que o Brasil teria 88.305 mortes por COVID-19 até 4 de agosto, em um intervalo estimado entre 30.302 e 193.786.

Embora São Paulo, o estado mais rico e populoso do país (46 milhões de habitantes) concentre um quarto do número total de mortes (6.423), sua taxa de mortalidade (140 por milhão de habitantes) é muito menor que a do Rio de Janeiro, segundo colocado na lista, com 4.361 mortes e 253/mh.

As situações mais preocupantes estão nas regiões mais pobres da região norte - onde vivem inúmeras comunidades indígenas - e no nordeste.

No estado do Amazonas, que acumula 1.852 mortes, a mortalidade é de 447 por milhão de habitantes. Trata-se de uma situação que preocupa países fronteiriços como Peru e Colômbia.

- Confinamento, missão impossível -

A maioria dos estados aplicou medidas parciais de quarentena, ainda assim constantemente criticadas por Bolsonaro, que as enxerga como uma limitação à liberdade de ir e vir e uma ameaça à economia nacional.

Nesta quarta, o governador de São Paulo, João Doria, prorrogou as medidas de isolamento social para o próximo 15 de junho, autorizando a reabertura comercial em determinadas regiões, dependendo da incidência da pandemia.

As tensões no poder levaram à saída de dois ministros da saúde em menos de um mês. A pasta tem no momento um chefe interino, o general Eduardo Pazuello.

Durante sua primeira semana no cargo, Pazuello incluiu o uso de hidroxicloroquina para pacientes com sintomas leves, respondendo a uma solicitação de Bolsonaro.

E o ministério indicou na última segunda-feira que manterá essa recomendação, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter suspendido os testes clínicos com esse medicamento.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tentou acalmar os ânimos.

"Nesta hora grave, a nação exige que tenhamos prudência e que estejamos à altura dos combates que já foram e que ainda serão travados", declarou.

Segundo as projeções, este ano o Brasil terá a pior retração anual econômica dos últimos 120 anos. As estimativas variam de uma queda do PIB de 4,7% (o oficial) para quase 10%.


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