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Estado de Minas

Tribunal francês rejeita libertação de "tesoureiro" do genocídio de Ruanda


postado em 27/05/2020 15:13

O tribunal de apelação de Paris rejeitou nesta quarta-feira (27) a libertação do suposto "tesoureiro" do genocídio ruandês, Félicien Kabuga, enquanto analisa sua rendição à justiça internacional.

Os advogados de Kabuga, preso na França em 16 de maio após 25 anos foragido, argumentaram com sua idade e estado de saúde para pedir sua liberação sob controle judicial.

Mas o tribunal rejeitou esses argumentos e seguiu os requisitos da promotoria, que temia que ele fugisse novamente caso fosse liberto.

"Peço que me liberem porque estou muito doente", disse Kabuga, antes que os magistrados se retirassem para deliberar.

É a segunda vez que Kabuga aparece em público desde sua prisão no subúrbio de Paris, onde vivia escondido com a ajuda de sua família sob o pseudônimo de Antoine Tounga.

Seu advogado, Laurent Bayon, citou exemplos de famosos réus franceses acusados por crimes contra a humanidade, como o prefeito Maurice Papon "que nunca esteve em prisão preventiva", exceto depois de violar seu controle judicial.

Ou o chefe da Milícia de Lyon durante a Segunda Guerra Mundial, Paul Touvier, "foragido por 45 anos" e liberado porque tinha câncer.

"A humanidade deve prevalecer sobre o crime", concluiu.

O restante da audiência foi dedicado a examinar a validade da ordem de prisão emitada pelo Mecanismo dos Tribunais Penais Internacionais (ICTM) - órgão encarregado de completar o trabalho do antigo Tribunal Penal Internacional para Ruanda (ICTR) - e sua possível entrega à sua sede em Arusha (Tanzânia) ou à sua filial em Haia.

O tribunal francês comunicará sua decisão em 3 de junho.

Félicien Kabuga, cuja idade exata é desconhecida mas estimada entre 84 e 87 anos, é acusado de ter criado as milícias Interahamwe, o principal braço armado do genocídio de 1994 que causou 800.000 mortos em Ruanda, segundo a ONU.

Ele também presidiu a infame Rádio Televisão Livre das Mil Colinas (RTLM), que transmitia apelos para assassinar os tutsi, e o Fundo de Defesa Nacional (FDN) que coletava "fundos" para financiar a logística e as armas dos milicianos hutus Interahamwe, de acordo com a acusação do ICTR.


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