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Estado de Minas

Endividamento por pandemia pode renovar temores de saídas do euro, diz BCE


postado em 26/05/2020 12:55

Os temores de saída do euro por parte dos países mais endividados, devido ao impacto do novo coronavírus, podem aumentar nos mercados, se não forem tomadas medidas para limitar o ônus da dívida - alertou o Banco Central Europeu (BCE) nesta terça-feira (26).

"Se as medidas tomadas em nível nacional, ou europeu, forem consideradas insuficientes para preservar a viabilidade da dívida (em alguns países), a avaliação dos mercados sobre o risco de redenominação [saída do euro] ainda poderá aumentar", indica um relatório semestral da instituição sobre a estabilidade financeira.

Os níveis de endividamento nos países da zona do euro devem aumentar significativamente - entre 7% e 22% em 2020 -, aumentando a proporção da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) da região de 86%, em 2019, para em torno de 103%, em 2020, explica o banco.

Em geral, a zona do euro procura limitar a dívida pública a 60% do PIB, embora essa regra, que consta do Pacto Europeu de Estabilidade e Crescimento (PEC), tenha sido suspensa devido à pandemia.

Duramente atingidos por dois meses de confinamento, que paralisaram sua economia, os países europeus apresentaram programas de ajuda de bilhões de euros nas últimas semanas, a serem financiados principalmente por empréstimos.

O BCE não questiona esses planos de apoio e reconhece que, sem eles, "o custo econômico e o impacto no mercado [...] teriam sido, provavelmente, muito mais duros".

Em paralelo, o instituto monetário decidiu aumentar suas compras de dívida pública e lançar um plano de emergência frente à pandemia, com um volume de mais de 1 trilhão de euros (1,1 trilhão de dólares), até 2020.

Isso permitiu "impedir que se aprofundassem as diferenças nas taxas de juros" da dívida pública na zona do euro, entre a da Alemanha (que serve de referência) e as dos demais países.

- "Trajetória insustentável" -

O BCE procurou tranquilizar os mercados, nervosos com a queda da atividade e com o aumento do déficit orçamentário em países como Espanha e Itália.

Uma contração econômica mais prolongada na zona do euro faria, porém, que a relação entre dívida pública e PIB acabasse em "uma trajetória insustentável nos países endividados", alerta a instituição.

Além disso, os países podem ter dificuldade em conseguir financiamento nos mercados, "se os investidores considerarem que a viabilidade de sua dívida pública se deteriorou" e exigirem rendimentos mais altos.

Amanhã, a Comissão Europeia vai propor um plano de recuperação que pode chegar a 1 trilhão de euros (1,1 trilhão de dólares) para superar a crise causada pelo coronavírus.

As negociações se anunciam difíceis entre os europeus.

França e Alemanha defendem seu projeto para impedir que as taxas da dívida pública italiana e espanhola disparem, protegendo esses países com um sistema de empréstimos europeu, enquanto quatro países - entre eles Áustria e Holanda - são hostis à mutualização da dívida.


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