Jornal Estado de Minas

Combatentes do EI devem ser processados por crimes de guerra, afirma Eurojust

Os extremistas que voltam para suas casas depois de terem atuado como combatentes pelo grupo Estado Islâmico no Iraque ou na Síria devem ser processados internacionalmente por crimes de guerra, afirmou a Eurojust, unidade europeia de cooperação judicial.



Atualmente, muitos desses combatentes enfrentam apenas acusações regidas pelas leis nacionais sobre terrorismo, algo denunciado em um relatório pela Eurojust e a Genocide Network, essa última uma organização criada pela União Europeia para garantir a cooperação entre investigadores nacionais e processos judiciais por crimes de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Mas eles podem ser acusados de forma mais ampla sob a ótica do direito internacional, respondendo pelos piores crimes cometidos durante um conflito, explica a Eurojust, cuja sede fica em Haia, na Holanda.

De acordo com o relatório, o grupo Estado Islâmico deve ser considerado, de acordo com o Direito Internacional Humanitário, "parte de um conflito armado não internacional no Iraque e na Síria".

"Consequentemente, seus membros e combatentes terroristas estrangeiros podem ser responsabilizados por cometer crimes de guerra e outros crimes internacionais fundamentais", ressalta a Eurojust.

Exemplos de "cobranças em sequência" já existem na França e na Alemanha, ressalta a entidade.

A Eurojust e a Genocide Network exigem que esses processos corram em âmbito internacional, o que permite penalizações mais longas.

Além disso, a acusação em relaçao aos grandes crimes internacionais não é algo limitado pelo tempo, o que permitirá aos promotores "trabalhar nesses casos nas próximas décadas", alerta a Eurojust.