Jornal Estado de Minas

Conflitos deixam mais de 660 mil deslocados durante pandemia, diz ONG

Mais de 660.000 pessoas tiveram de deixar suas casas em zonas de conflito desde março, apesar do apelo da ONU por um cessar-fogo global durante a pandemia de coronavírus - informou nesta sexta-feira (22) a ONG Norwegian Refugee Council (NRC).

Segundo a ONG, seus dados provam que os conflitos armados continuaram durante a pandemia, apesar do confinamento imposto em grande parte do planeta.



A convocação do diretor-geral da ONU, António Guterres, em 23 de março, também não resultou em uma trégua global durante a pandemia.

De acordo com o NRC, 661.000 pessoas foram deslocadas em 19 países desde então. O maior movimento populacional foi registrado na República Democrática do Congo (RDC).

"Enquanto especialistas em saúde nos pedem para ficar em casa, homens armados forçam centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas em meio a uma vulnerabilidade extrema", denunciou o secretário-geral do NRC, Jan Egeland.

"Isso não fere apenas aqueles que são forçados a fugir, mas mina seriamente nossos esforços conjuntos para combater o vírus", acrescentou.

Egeland também pediu aos líderes mundiais que "aproveitem a ocasião" e pressionem, de forma unânime, por um cessar-fogo global e por mais unidade para proteger todas as comunidades contra a COVID-19.

A ONG pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU que lancem um "apelo claro" aos beligerantes para que abandonem as hostilidades e "resolvam seus conflitos com o diálogo, permitindo uma resposta ordenada à pandemia".

Segundo a organização, os confrontos entre grupos armados e militares na República Democrática do Congo forçaram 482.000 pessoas a abandonarem suas casas.

No Iêmen, 24.000 pessoas tiveram de deixar seus lares desde 23 de março por causa do conflito, enquanto no Afeganistão, na República Centro-Africana, na Síria, na Somália e na Mianmar foram mais 10.000 pessoas neste mesmo período, completou o NRC.