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Estado de Minas

Peru passa dos 100.000 casos de COVID-19 com os hospitais prestes a colapsar


postado em 20/05/2020 18:31

O Peru, segundo país da América Latina com o maior número de contagiados pelo novo coronavírus, superou nesta quarta-feira (20) os 100.000 casos confirmados de COVID-19 e superou as 3.000 mortes, o que tem feito o sistema de saúde do país entrar em colapso.

Nas ultimas 24 horas, o número total de casos alcançou 104.020 e o de mortos, 3.024, segundo o novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no Twitter, depois de nove semanas de confinamento nacional em um país com a capacidade hospitalar à beira do colapso e economia virtualmente paralisada.

A enorme maioria dos casos são de Lima e do vizinho porto de Callao, onde vive um terço da população peruana. Esses locais acumulam cerca de 70% dos contágios a nível nacional.

O número de casos - e óbitos - do novo coronavírus triplicou no Peru quando comparado aos dados de 30 de abril, e parentes de falecidos e pessoal de saúde reclamam da falta de equipamentos nos hospitais públicos.

"É como um filme de terror, dentro (do hospital) parece um cemitério pelos cadáveres. Os pacientes morrem em suas cadeiras, (ou) em cadeiras de rodas", disse à AFP o enfermeiro Miguel Armas, do hospital Hipólito Unanue, em Lima, cujos funcionários foram às ruas protestar nesta quarta-feira.

"Já há muitos funcionários contaminados, muitos mortos, não temos a segurança para sobreviver a essa pandemia", acrescentou.

No Peru há 7.533 pacientes hospitalizados com COVID-19, segundo o novo balanço, enquanto crematórios de cemitérios de Lima trabalham dia e noite para incinerar corpos de pessoas falecidas com a doença e filas de carros funerários de formam do lado de fora de alguns hospitais de Callao, cidade vizinha a Lima.

"Meu pai morreu sozinho, não há médicos lá dentro. (Os pacientes) estão morrendo porque não há médicos, não há remédio", disse, pesarosa, à AFP Gloria Baylón, de 37 anos, filha de um homem falecido com o coronavírus no hospital Luis Negreiros de Callao.

Além da capital, o novo coronavírus também causa estragos em regiões do caloroso litoral norte, como Piura e Lambayeque, e em cidades e aldeias remotas da Amazônia peruana, habitadas principalmente por comunidades indígenas.

"Temos 45 indígenas mortos com sintomas da COVID-19" na região de Ucayali, disse à AFP Raúl Sánchez, líder da comunidade San Francisco de Ucayali, habitada pela etnia amazônica Shipibo Conibo.

Na região de Loreto, onde nasce o rio Amazonas, os hospitais também estão prestes a entrar em colapso, o que fez o governo enviar de Lima uma equipe de saúde, respiradores e outros suplementos.

O país assinou um convênio para a chegada de 85 médicos e paramédicos cubanos para reforçar o serviço de saúde, e disponibilizou camas para pacientes menos graves na Villa Panamericana.

O Peru é o segundo país da América Latina com mais casos do novo coronavírus, depois do Brasil. É o terceiro em número de mortos, atrás de Brasil e México.


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