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Estado de Minas

Alemanha "faz limpeza" em matadouros por causa da COVID-19


postado em 20/05/2020 13:55

A Alemanha reforçou o controle do trabalho em seus matadouros, proibindo subcontratos que permitam o recurso maciço a trabalhadores que chegam do leste europeu, depois de encontrar casos de COVID-19 nesses estabelecimentos.

"A partir de 1º de janeiro de 2021, o abate (de animais) e o processamento da carne serão realizados apenas pelos funcionários da empresa", anunciou nesta quarta-feira o ministro do Trabalho alemão, Hubertus Heil.

"É necessário acabar com a irresponsabilidade", acrescentou Heil, referindo-se à necessidade de "limpeza" no setor.

Essa proibição acabará com uma prática muito frequente na indústria de carnes, que consiste no uso maciço de trabalhadores do leste europeu, contratados por empresas de seus países, e depois "expatriados" para a Alemanha por meio de contratos de serviços.

Esse modelo é indicado para "desresponsabilizar" as empresas alemãs, de acordo com o sindicato local do setor alimentício NGG, uma vez que as condições de trabalho desses funcionários continuam sendo de responsabilidade das empresas subcontratadas.

- 200.000 pessoas -

Segundo dados do governo, das 200.000 pessoas que trabalham na indústria de carnes na Alemanha, entre "50 e 80%" estão atualmente recrutadas sob esse tipo de contrato.

Denunciado por vários anos, esse recurso de "expatriados" terceirizados gerou nova polêmica nas últimas semanas, depois que vários surtos de contágio por coronavírus foram detectados em alguns matadouros.

Mais de 90 funcionários em um matadouro localizado em Dissen, no noroeste da Alemanha, testaram positivo para a COVID-19, à medida que a pandemia se espalha pelo país.

Um "grande número" deles era empregado por meio de subcontratos, morando frequentemente em habitações coletivas lotadas e com péssimas condições de higiene.

Outro matadouro no estado de Schleswig-Holstein (norte) registrou recentemente mais de 100 casos de contágio, e outros 60 trabalhadores de uma fábrica na Baviera (sudeste) também foram infectados.

O plano apresentado nesta quarta-feira também prevê controles reforçados, principalmente sobre as moradias coletivas em que esses funcionários estão alojados.

Isso diz respeito a "fábricas de carne industrializadas" e não a "pequenos matadouros", disse Heil.

A decisão provocou revolta entre os representantes do setor, que há anos se apoia no baixo custo de mão-de-obra desses funcionários importados para obter uma parcela significativa do mercado europeu de carne.

"Grande parte das atividades de processamento de carne terá que ser transferida para o exterior", disse o chefe da VDF, a organização do setor na Alemanha, em entrevista ao grupo de imprensa regional Funke.

Em vez disso, os sindicatos receberam bem essa notícia. A empresa de alimentos NGG considerou que isso acabaria com "condições desumanas de trabalho nesta indústria".

Fora da Alemanha, os casos de coronavírus estão se multiplicando em matadouros em vários países.

Na França, mais de 100 pessoas deram positivo para a COVID-19 em dois matadouros diferentes. Nos Estados Unidos, vários estabelecimentos desse tipo tornaram-se fontes de contágio por coronavírus.


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