Jornal Estado de Minas

COVID-19: governo espanhol quer prorrogar estado de emergência por um mês

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou neste sábado (16) que deseja solicitar ao Congresso dos Deputados uma última prorrogação "de cerca de um mês" do estado de emergência.

O prazo atual termina em 24 de maio.

"Deve ser o último estado de emergência e ir até o final da desescalada. Portanto, em vez de 15 dias, levaria cerca de um mês", disse ele, durante discurso transmitido na televisão.



Decretado em 14 de março, o estado de emergência permitiu a imposição de um rígido confinamento à população e já foi prorrogado várias vezes.

A expectativa é que este novo pedido de Sánchez seja aprovado no Congresso dos Deputados, onde o governo não possui maioria e a oposição de direita não o apoiou em sua última solicitação para estender esse status excepcional.

"Se o governo perceber que o estado de emergência pode ser suspenso antes deste mês, nós faremos isso", prometeu Sánchez.

A Espanha é um dos países mais atingidos pelo novo coronavírus, com um total de 27.000 mortes. Desde a última segunda-feira, iniciou um desconfinamento por fases, a depender da situação de saúde de cada região.

A primeira fase prevê a abertura, com limites, dos terraços de bares e restaurantes e permite reuniões de família, ou de amigos, com no máximo dez pessoas.

A região de Madri, uma parte da comunidade autônoma vizinha de Castilla León e a região de Barcelona manterão, porém, um confinamento rigoroso por medo de um surto de pandemia. Ainda assim, pequenas lojas já poderão voltar a funcionar sem agendamento a partir da próxima segunda-feira.



O governo de direita de Madri e a prefeitura da capital criticaram a decisão do governo e denunciaram uma decisão "política" que impede sua região de mudar de fase e seguir adiante no desconfinamento.

"A desescalada pode acabar em metade do país com o início do verão", antecipou Sánchez.

O presidente pediu aos espanhóis que vivam essa volta às ruas com a "máxima prudência".

"O risco continua aí. O vírus não foi embora, e sua ameaça é real", insistiu Sánchez.

Segundo o último balanço publicado neste sábado, 102 pessoas morreram de coronavírus nas últimas 24 horas no país, o número mais baixo em dois meses.

O número total de mortes causadas pela pandemia chega a 27.563. O número de infecções confirmadas pelos testes de PCR passa de 230.000, mas o balanço real de positivos pode ser muito maior.