O teste rápido para o novo coronavírus criado pela empresa farmacêutica Abbott, elogiado por Donald Trump e utilizado diariamente na Casa Branca, produz entre 30% e 50% de falsos negativos, segundo um estudo preliminar realizado por pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU).
O teste, que produz resultados positivos em 5 minutos e resultados negativos em 13, foi comparado a outro cujos resultados são mais lentos, levando cerca de 45 minutos.
Os cientistas descobriram que o teste da Abbott produziu falsos negativos em aproximadamente um terço das vezes em que o material nasal coletado era colocado em uma solução líquida, e 48% das vezes em que o swab estava seco, que é o método recomendado pela empresa.
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Além da velocidade, sua vantagem é que ele é realizado no local, em uma pequena máquina chamada ID NOW, sem a necessidade de enviar amostras para um laboratório. Em comparação, o teste molecular (PCR), do grupo farmacêutico Roche, fornece resultados em três horas e meia e o da Cefeida, em 45 minutos.
Para detectar a presença do vírus em uma amostra (coletada na parte de trás do nariz ou na garganta), esses testes procuram o material genético do vírus e usam um método que faz cópias rapidamente para amplificar uma amostra inicialmente pequena para uma escala na qual seja detectável.
O teste da Abbott, de acordo com este estudo comparativo, é relativamente confiável quando registra um resultado positivo. No entanto, sua eficácia parece diminuir rapidamente quando a quantidade de vírus na amostra inicial é reduzida, fazendo com que perca muitos resultados positivos.
Essa alta taxa de falsos negativos "faz com que essa tecnologia seja inaceitável em nosso ambiente médico", concluíram os autores.
Em 30 de março, o próprio presidente apresentou a máquina do Abbott, que pesa cerca de 3 kg e é do tamanho de uma torradeira, na Casa Branca.
Um porta-voz do Abbott respondeu que os resultados do estudo eram "inconsistentes" diante de outras pesquisas, argumentando que "a taxa de falsos negativos da Abbott era de 0,02%".
"Não sabemos se as amostras foram analisadas corretamente neste estudo", acrescentou o porta-voz.