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Estado de Minas

Especialista da Casa Branca alerta sobre risco de desconfinamento precoce


postado em 12/05/2020 14:25

Anthony Fauci, o principal conselheiro médico do governo de Donald Trump, alertou nesta terça-feira (12) sobre as "sérias" consequências em suspender prematuramente o confinamento decretado devido à pandemia de coronavírus, durante uma esperada audiência diante do Senado dos Estados Unidos.

O renomado epidemiologista, muito popular nos Estados Unidos por passar uma mensagem de calma e de forma controlada, faz parte de uma comissão que comparece nesta terça-feira virtualmente ao Senado, para debater sobre a crise de saúde que deixou mais de 80.000 mortos no país.

O médico disse estar preocupado com o fato de alguns estados ou cidades avançarem no desconfinamento, sem seguir uma diretriz do governo que recomenda esperar por uma queda sustentada nos casos por duas semanas.

"Se uma comunidade, estado ou região não seguir essas diretrizes e reabrir as consequências podem ser muito graves", disse o especialista em um momento em que os Estados Unidos são o país que registrou mais mortes na pandemia. "Isso paradoxalmente nos faria retroceder, acrescentando mais sofrimento e mortes que são evitáveis", alertou.

Os especialistas participam por videoconferência, já que se encontram em quarentena devido ao fato de vários funcionários da Casa Branca terem contraído o vírus.

Fauci também advertiu que o número de mortos pode ser maior do que os números oficiais, citando como exemplo Nova York, onde pode haver casos de pessoas que morreram de coronavírus em sua casa, devido à saturação dos serviços de saúde.

A audiência se desenvolveu com alguns senadores na sala e outros conectados virtualmente. Os poucos legisladores na sala apareceram com o rosto coberto por uma máscara e se cumprimentaram tocando os cotovelos, seguindo as recomendações de saúde.

A aparição no Senado, dominado pelos republicanos, ocorre depois que Trump bloqueou uma audiência diante de uma comissão da Câmara dos Deputados, onde os democratas são maioria.

Antes de começar, o presidente do comitê de Saúde do Senado, Lamar Alexander, procurou evitar uma tensão excessiva.

"Antes de gastarmos muito tempo apontando com o dedo, gostaria de dizer que quase todos aqui subestimamos o vírus", afirmou o senador republicano, que também compareceu à distância porque está em quarentena.

O vírus detectado na China em dezembro se espalhou rapidamente pelo mundo, desencadeando uma pandemia que deixou 286.122 mortos em todo o mundo e abalou a economia global.

Antes da audiência, Fauci disse ao jornal New York Times que sem os devidos procedimentos de protocolo para reabrir o país, existe o risco de haver múltiplos focos da doença.

"A principal mensagem que quero transmitir é o perigo de tentar reabrir o país prematuramente", disse o médico ao jornal na segunda-feira à noite.

- Trump defende reabertura -

Trump começou o dia com tuítes defendendo sua gestão da crise e afirmando que a capacidade de detecção da COVID-19 dos Estados Unidos "é a melhor do mundo".

"Os números estão caindo na maior parte do país, que quer se abrir e voltar aos trilhos. É o que está acontecendo. E está acontecendo com segurança!", afirmou.

O presidente americano defende que reabertura da economia aconteça o quanto antes, depois que o desemprego subiu para 14,7% em dois meses e o PIB do primeiro trimestre contraiu 4,8%, comprometendo suas chances nas eleições de novembro.

Apesar de a situação ter melhorado no principal foco da doença no país, Nova York, os progressos têm sido escassos em outros estados e o vírus conseguiu entrar na própria Casa Branca, forçando Trump a admitir que teve que limitar o contato com seu vice-presidente, Mike Pence.


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