Jornal Estado de Minas

Bolsonaro inclui academias e cabeleireiros como "atividades essenciais"

O presidente Jair Bolsonaro incluiu nesta segunda-feira (11) academias e cabeleireiros na lista de "atividades essenciais" que podem ser realizadas em estados e municípios onde o confinamento é praticado para conter a pandemia de coronavírus que já deixou mais de 11.000 mortos em o país.



Este decreto foi publicado em uma edição extraordinária do Diário Oficial da União.

"Coloquei hoje, porque saúde é vida: academias, salão de beleza e cabeleireiro, também", declarou o presidente a repórteres quando voltou à noite para sua residência oficial em Brasília.

"Quem está em casa agora como sedentário, por exemplo... Está aumentando o colesterol dele, problema de estresse, um monte de problemas acontecem. E, se ele puder ir numa academia, logicamente de acordo com as normas do Ministério da Saúde, ele vai ter uma vida mais saudável. A questão cabeleireiro também. Fazer as unhas, cabelo e et cetera é questão de higiene", acrescentou.

"Essas três categorias geram mais de um milhão de empregos", enfatizou.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse, quando questionado durante uma conferência de imprensa, que não estava ciente do decreto.

Quando informado pelos jornalistas, ele respondeu que era uma "atribuição do Presidente", embora mais tarde tenha afirmado que estava dentro da órbita do Ministério da Economia, e que sua pasta só auxilia na implementação.



O decreto, que também inclui atividades de construção industrial e civil, é assinado por Bolsonaro, seu chefe de gabinete, general Walter Souza Braga Netto, e o secretário-geral da Presidência, Jorge Antonio de Oliveira.

No entanto, isso pode ficar sem efeito prático, uma vez que a Suprema Corte determinou no mês passado que governadores e prefeitos têm autonomia para decidir medidas para combater a pandemia.

O prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira que parte das atividades de construção industrial e civil continua a operar no estado, apesar das medidas de quarentena implementadas desde 24 de março.

"O inimigo da economia não está em quarentena, é o vírus", disse Doria, reiterando que ele não cederá à pressão.

A COVID-19 provocou 11.519 mortes e infectou 168.331 pessoas até esta segunda-feira.