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Estado de Minas INTERNACIONAL

Mortes por COVID-19 beiram 255.000, enquanto avança desconfinamento

Aos poucos o isolamento social está sendo afrouxado em vários países do mundo, na tentativa de retomar a economia global


postado em 05/05/2020 17:31 / atualizado em 05/05/2020 17:40

Governo italiano decidiu pela reabertura de certas atividades em meio a pandemia de coronavírus(foto: ANDREAS SOLARO / AFP)
Governo italiano decidiu pela reabertura de certas atividades em meio a pandemia de coronavírus (foto: ANDREAS SOLARO / AFP)
A suspensão do confinamento progredia nesta terça-feira (5) em vários países do mundo, na tentativa de reativar as economias atingidas pela pandemia de coronavírus, que já matou quase 255.000 pessoas e continua a avançar, principalmente em Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Rússia.


O Reino Unido se tornou o primeiro país europeu a superar as 30.000 mortes por COVID-19, à frente da Itália e da Espanha, e se tornou o segundo mais afetado atrás dos Estados Unidos.


De acordo com várias agências de estatística da Grã-Bretanha, as mortes presumidas por COVID-19 somam 32.313, um recorde impensável há dois meses, quando os britânicos registraram seu primeiro óbito e o primeiro-ministro Boris Johnson seguia distribuindo apertos de mão antes de contrair a doença.


Nos Estados Unidos, apesar da queda nas infecções diárias e em meio ao abrandamento do confinamento em alguns estados, o governo previu uma continuidade das mortes, que já somam 70.115.


Washington estimou que a taxa de infecções poderia aumentar oito vezes para 200.000 por dia até 1º de junho, e o número de mortes diárias poderia subir para 3.000.


Essas projeções sombrias surgem em meio à esperança de que o pico da pandemia tenha sido superado na maior parte da Europa após dois meses de confinamento, e quando vários países - encorajados pela desaceleração das infecções - amenizam as medidas restritivas.


Segundo balanço atualizado às 16h de Brasília pela AFP, com base em fontes oficiais, no mundo foram registradas ao menos 254.532 mortes (de mais de 3.629.160 casos).


Desde o começo da pandemia, a Europa somava 147.179 falecidos (1.595.147 contágios); os Estados Unidos e o Canadá, 74.236 (1.254.987); a América Latina e o Caribe, 14.433 (273.727); a Ásia, 9.525 (253.724); o Oriente Médio, 7.141 (195.116); a África, 1.894 (48.288); e a Oceania, 124 (8.175).


Na América Latina, o Brasil, cujo presidente Jair Bolsonaro incentiva a abertura e desacredita as medidas preventivas, é de longe o mais afetado, totalizando 107.780 casos e 7.321 mortes.


Os mercados financeiros, por outro lado, encontraram algum alívio nesta terça-feira pela reabertura parcial na Europa e nos Estados Unidos, com aumentos nas ações e no preço do petróleo.


Mas nada conseguiu impedir a escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China, depois de acusações do governo Donald Trump de que o vírus surgiu em um laboratório chinês, uma teoria que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu como "especulativa".


- Rússia, novo foco de contágios -


Na Europa, a Rússia se tornou o novo foco do vírus, com o maior número de novas infecções e mais de 155.000 casos.


"Aparentemente, a ameaça está crescendo", disse o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, que pediu aos cidadãos que respeitem o confinamento.


O impacto do confinamento se refletiu na violência doméstica: as queixas no país mais que dobraram.


Também no velho continente, a Baviera, o maior estado da Alemanha, anunciou a reabertura de restaurantes a partir de meados de maio, aumentando a pressão sobre a chanceler Angela Merkel para aliviar as medidas restritivas que levaram a economia à recessão.


Com muitas precauções, cerca de quinze estados relaxaram suas medidas de contenção nesta segunda-feira.


Locais de culto e museus foram reabertos na Alemanha e filas se formaram em salões de cabeleireiros.


Na Itália, que sofreu um forte golpe da COVID-19, os parques voltaram a abrir.


A Espanha, outro dos países mais atingidos, com 25.613 mortes, iniciou um desconfinamento por fases, enquanto o desemprego afeta 3,83 milhões de pessoas, 8% a mais do que em março.


No Reino Unido, mais de seis milhões de pessoas estão sob o mecanismo de desemprego parcial.


A França se prepara para levantar sua quarentena na próxima semana e o prefeito de Paris anunciou que algumas ruas serão reservadas para bicicletas, para limitar a multidão no transporte público.


Países como Índia, Portugal, Sérvia, Bélgica, Áustria, Turquia, Israel, Nigéria, Tunísia ou Líbano também começaram a facilitar a liberdade de movimento.


- "Solidariedade global" -


Uma campanha apoiada pela OMS, mas desprezada por Washington, levantou US$ 8,1 bilhões para o desenvolvimento de uma vacina.


"Foi uma demonstração poderosa e inspiradora de solidariedade global", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.


Cem projetos de vacinas estão em andamento em todo o mundo, dez em ensaios clínicos, de acordo com a London School of Hygiene and Tropical Medicine.


O Departamento de Estado insistiu em que os Estados Unidos liderassem a resposta global, com um gasto de mais de US$ 1 bilhão, juntamente com empresas farmacêuticas para uma vacina.


A Casa Branca intensificou seus ataques à China. O secretário de Estado Mike Pompeo disse na segunda-feira que existem "enormes evidências" de que o vírus surgiu em um laboratório de Wuhan, uma teoria rejeitada pela OMS e até pelo conselheiro de Washington para a pandemia, Anthony Fauci.


- Economia ou saúde -


O dilema entre a prevenção saúde e a necessidade de retomar as atividades paira sobre o mundo.


O Tesouro dos Estados Unidos anunciou um recorde de empréstimos de US$ 3 trilhões entre abril e junho para programas de alívio à crise.


O desastre afeta principalmente os mais vulneráveis, como os haitianos que trabalham no setor avícola, uma força de trabalho barata, mas vital, em um país que teme a escassez de carne.


"Gostaria de ficar em casa com meus três filhos, mas não tenho outra escolha", diz Tina, que trabalha em ama avícola em Delaware.


Isso ocorre no momento em que estados como a Califórnia, o primeiro no país a entrar em confinamento, começam a levantar algumas restrições.


Números ruins afetam diversas economias.


Na França, a petroleira Total anunciou nesta terça-feira uma queda de 99% no lucro líquido no primeiro trimestre, para US $ 34 milhões.


Na América Latina, a produção industrial do Brasil, o mais atingido na região, caiu 9,1% em março em relação a fevereiro, devido ao isolamento.


O continente, que totaliza cerca de 270.000 casos e 14.300 mortes, também prepara um prudente desconfinamento. Mas permanecem as dúvidas sobre o início do inverno em vários países, com prognósticos assustadores de pobreza.


Além disso, a América Latina enfrenta frequentes motins pelo vírus em suas prisões superlotadas, com mais de 80 mortos, o que levou os governos a libertar prisioneiros.


No final de semana na Venezuela, uma rebelião deixou pelo menos 47 mortos e 75 feridos, segundo uma ONG.


- Beisebol na Coreia do Sul -


Na Coreia do Sul, o beisebol foi retomado a portas fechadas nesta terça-feira e o futebol volta na sexta.


Outras partes do mundo ainda estão confinadas. Montreal, no Canadá, decidiu manter as restrições por mais uma semana devido ao baixo número de leitos nos hospitais.


No Japão, o primeiro-ministro anunciou a extensão até 31 de maio do estado de emergência, menos severo do que na Europa.


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