Mais de cem peruanos, incluindo muitas crianças, montaram acampamento em frente ao consulado de seu país na capital do Chile nesta quinta-feira (30), em busca de repatriação em meio à pandemia de coronavírus, observou um fotógrafo da AFP.
"Vizcarra, lembre-se de seu povo no Chile", estava escrito numa faixa exibida pelos peruanos que faziam um apelo a seu presidente, Martín Vizcarra, para autorizar voos humanitários para levá-los de volta ao seu país, que tem suas fronteiras fechadas.
Os cidadãos peruanos instalaram o acampamento em frente ao consulado, localizado no elegante distrito de Providencia, no setor leste de Santiago.
Funcionários consulares saíram para conversar com seus compatriotas e fizeram listas com seus nomes.
Desde que o Peru decretou uma emergência de saúde para o novo coronavírus e fechou suas fronteiras em 16 de março, repatriou cerca de 10.000 de seus cidadãos em voos humanitários de vários países da Europa e América, incluindo o Chile.
No entanto, em 22 de abril, o Peru cancelou os voos humanitários de e para seu território, e as autoridades disseram que não pretendiam retomar a atividade.
Cerca de 250.000 peruanos vivem no Chile, onde, por quase três décadas, eles foram a principal comunidade estrangeira residente, até serem recentemente superados por venezuelanos que fugiram da crise em seu país.
Nos últimos dias, cerca de 400 bolivianos - incluindo várias crianças - montaram um acampamento em frente ao consulado de seu país em Santiago.
O governo chileno anunciou na terça-feira que os levariam de ônibus ao porto de Iquique, no norte, onde permanecerão em quarentena por 14 dias e depois retornarão à Bolívia, que também mantém suas fronteiras fechadas.
Desde 2014, o Chile se tornou um dos países da América Latina que mais recebeu imigrantes.
Atualmente, são 1,5 milhão em uma nação de 17 milhões de habitantes.