O julgamento para que milhares de ex-detentos possam votar na Florida, um estado-chave nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, começou nesta segunda-feira por teleconferência, em meio ao confinamento pela pandemia do novo coronavírus.
O juiz federal Robert Hinkle, do distrito norte da Flórida, presidiu o início do julgamento virtual, segundo a imprensa local, que revelou algumas dificuldades técnicas e interferências durante o processo.
A senha para entrar na videoconferência era conhecida apenas pelo juiz e pelas partes, mas o público pode escutar a sessão por telefone, através de um número divulgado pela Justiça.
Uma lei da Flórida de 150 anos impedia o voto - para sempre - de ex-detentos, mas em 2018 os eleitores do Estado decidiram devolver o direito de sufrágio aos ex-presidiários, exceto os condenados por assassinato ou crimes sexuais.
Mas após a aprovação da chamada 4ª Emenda, o Legislativo controlado pelos republicanos aprovou, no ano passado, uma lei que estipula que os ex-detentos devem pagar multas e dívidas com a Justiça para que suas sentenças sejam consideradas "cumpridas".
Após este ajuste na 4ª Emenda, mais de 774.000 ex-detentos - a maioria afro-americanos - perderam o direito de votar em novembro por dívidas com a Justiça, segundo Daniel Smith, professor de ciências políticas da Universidade da Flórida.
Um grupo de 17 ex-detentos, representado por várias grandes organizações de defesa dos direitos humanos, iniciou então a ação, que poderá determinar a sorte dos demais ex-presidiários.