
"Os clientes ficam surpresos. Além disso, eu sempre tento subir as escadas em vez do elevador para treinar um pouco mais. Mas acima de tudo, eu sou o único que faz isso de bicicleta. Então, eles ficam surpresos ao ver um ciclista chegar", diz ele à AFP.
Aos 27 anos, Marengo não é uma estrela do pelotão. Mas sua equipe Vini Zabù-KTM havia sido selecionada para o Giro d'Italia que deveria começar no dia 9 de maio largando de Budapeste. E ele esperava estar na largada.
"Ainda não sabíamos. A equipe ainda não era conhecida, mas digamos que eu tinha uma boa chance de fazê-lo", disse ele.
Mas o Giro acabou sendo adiado e, em vez disso, Marengo, como os outros ciclistas profissionais, teve que se submeter a confinamento e imobilidade forçada... até que um desejo repentino de sorvete mudou tudo.

- Menos treino em casa -
Todas as tardes, Marengo faz então seu percurso, entre 20 e 30 entregas de três lojas em Collegno, em um total de 50 ou 60 quilômetros por dia, até 70 antes da Páscoa.
"Dada a situação atual, é sempre um pouco mais de atividade física. Mas isso não tem nada a ver com o treinamento normal, mesmo se eu tentar fazer a entrega o mais rápido possível e me esforçar o máximo que puder", diz ele.
Mas esta saída diária permite que ao menos limite a dose de treinamento em casa imposta pelo seu treinador, suprimindo a sessão da tarde.
"Eu nunca gostei disso. Prefiro sair na chuva e me molhar do que ficar" na bicicleta ergométrica, diz ele sorrindo. "Foi também uma das razões pelas quais comecei a fazer essas entregas. Poder arejar as ideias e limpar minha mente", acrescentou.
Mas o objetivo principal é outro. "É acima de tudo útil para minha comunidade", garantiu o jovem campeão.