
Nova York - O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu, durante videoconferência com os ministros da Saúde do G20, grupo das 20 maiores economias do planeta, cautela nas decisões de relaxar o isolamento social. Ele ainda exortou os países-membros que ajudem os países mais pobres, onde a doença começou a se espalhar. "É encorajador que vários países estejam planejando como diminuir as restrições sociais, mas é crítico que tais medidas sejam tomadas de maneira escalonada", disse.
"Relaxar a quarentena não é o fim da epidemia no país, é só o começo da próxima fase. É vital que os países eduquem, engagem e empoderem sua população para prevenir e responder rapidamente a qualquer ressurgência do vírus", afirmou Tedros. O dirigente da OMS reiterou que é importante que os países só comecem a retomar a normalidade quando estiverem certos de que seus sistemas de saúde têm capacidade de "detectar, testar, isolar e cuidar de cada caso, além de tracar todo contato que o paciente teve".
"É necessário garantir que os sistemas de saúde tenham capacidade de absorver qualquer aumento nas infecções." Para Tedros, o próximo passo é garantir a ajuda dos países mais ricos do mundo a regiões como a África, onde o desafio é superar a "falta crítica de equipamentos e entregá-los de forma organizada por conta da sua infraestrutura frágil".
O número de casos e de mortes na África aumentou mais da metade em uma semana. Analistas entendem que a realidade é diferente dos números oficiais, por causa da subnotificação. “Na última semana, houve alta de 51% no número de casos no meu continente e um aumento de 60% no número de mortes. Sendo que o grande desafio, neste momento, é a obtenção de testes e é provável que os números verdadeiros estejam bastante acima dos que foram anunciados", disse Tedros.
A maioria dos países africanos adotou medidas de confinamento, mas as regras de distanciamento social são difíceis de aplicar em muitas situações, como no mercado alimentar de Lagos, na Nigéria, onde multidões se aglomeram sem alternativa para conseguir comida. A África já registra mais de mil mortes pelo novo coronavírus, segundo balanço da Universidade Johns Hopkins. Até ontem, foram 1.002 óbitos, sendo a Argélia o país mais atingido (364). O número de casos confirmados da doença, de acordo com o canal Africanews, é de 19.417. Ao todo, 4.546 pessoas já se curaram da doença no continente.
