Após semanas devastadoras por conta do coronavírus, a Itália vê um número como indicativo de que a pior fase da pandemia passou. A quantidade de novos óbitos continua alta - foram 482 nessa sexta-feira -, mas a redução diária de pacientes em tratamento nas UTIs dá esperança ao país.
"Em 3 de abril, eram 4.068 pacientes nas UTIs. Hoje, temos cerca de 2.800. A pressão nos hospitais foi claramente aliviada", garantiu o presidente do Conselho Superior da Saúde da Itália, Franco Locatelli.
Apenas 5,35% dos mais de 65 mil testes realizados em um dia deram positivo para coronavírus. Segundo Locatelli, isso prova que “o distanciamento social e o lockdown contiveram a epidemia”.
Outro fator que anima as autoridades italianas é a quantidade de pacientes curados. Em 24 horas, foram 2.563 novas recuperações. Desde o primeiro caso registrado da COVID-19 no país, 42.727 pessoas se curaram.
“O número (2.563 recuperados) é um recorde registrado desde o início da crise”, confirmou chefe da Proteção Civil da Itália, Angelo Borrelli. Os dados são computados desde 21 de fevereiro.
São 23.227 mortes por coronavírus na Itália. A quantidade de casos é de 175.925. Os dados são da Defesa Civil do país.
Reabertura
A redução dos números de mortes diárias e pacientes internados aumenta a expectativa pela reabertura gradual do comércio e do fim do confinamento. Em cidades como Nápoles, Bolonha, Veneza, Florença e Roma, a quantidade de doentes tem diminuído a cada dia.
Governador da Lombardia - região mais afetada pela pandemia na Itália -, Atilio Fontana crê que não seja necessário estender o período de isolamento social da população, previsto para acabar em 3 de maio. “Estamos nos preparando para reabrir em 4 de maio", disse.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte tem sido pressionado por comerciantes para finalizar o período de confinamento, que começou em 9 de março. Parte das autoridades locais concordam que já é possível reabrir o comércio. A ideia, porém, não é consenso.
No Sul do país - região menos afetada pela doença -, autoridades pregam cautela no processo de retornar à normalidade. Governador de Campânia, no sudoeste, Vicenzo de Luca cogita até a possibilidade de proibir a entrada de italianos do norte.