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Estado de Minas COVID-19

Taiwan, Coreia do Sul, Islândia e Alemanha conseguem controlar a COVID-19

O sucesso das medidas transpareceu no precoce achatamento da curva pandêmica


postado em 18/04/2020 04:00

Em Taipei, Taiwan, as janelas iluminadas do hotel escrevem a palavra zero, indicando que não foram registrados novos infectados nos últimos dois dias(foto: Sam Yeh/AFP)
Em Taipei, Taiwan, as janelas iluminadas do hotel escrevem a palavra zero, indicando que não foram registrados novos infectados nos últimos dois dias (foto: Sam Yeh/AFP)


Eles impuseram, ou não, fortes restrições de isolamento social; atuaram com rapidez; rastrearam infectados com o uso da tecnologia; apostaram na prevenção; construíram capacidade hospitalar e priorizaram o maior número de testes possível. O sucesso das medidas transpareceu no precoce achatamento da curva pandêmica. Enquanto países como Estados Unidos, Espanha, Itália e Reino Unido viram o número de mortes provocadas pela Covid-19 acelerar nos últimos dias, tendência seguida pelo Brasil, quatro governos conseguiram evitar uma tragédia ainda maior: Taiwan, Coreia do Sul, Islândia e Alemanha.

Situada a 180 quilômetros da China continental, Taiwan – estado insular que Pequim considera como uma província rebelde – estaria hoje com o segundo maior número de casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo o Centro de Pesquisa do Coronavírus da Universidade Johns Hopkins. No entanto, até o fechamento desta edição, os taiuaneses registravam 395 casos e apenas seis mortes, em uma população de 24 milhões de pessoas.

A presidente Tsai Ing-wen não ordenou o fechamento de escolas e de creches. Também não determinou o distanciamento entre os cidadãos da ilha. Suas primeiras ações foram a inspeção de todos os aviões procedentes de Wuhan, cidade da China central onde surgiu a doença, a criação de um centro de comando e a produção em massa de equipamentos de proteção individual.

Embaixador de Taiwan em Brasília desde 2018, Jian-Gueng Her afirmou que o êxito no combate à COVID-19 se deve à ação preventiva e rápida do governo. “Assim que soubemos dos primeiros casos em Wuhan, começamos a medir a temperatura corporal de todos os viajantes nos aeroportos. Se estivessem acima de 38 graus, precisariam fazer o teste para a COVID-19”, comentou. 

As autoridades de Taiwan se focaram em identificar o início da transmissão do novo coronavírus, para o isolamento do paciente e o mapeamento do roteiro feito por ele, a fim de frear a propagação. “Também usamos a tecnologia da informação. Com sintomas ou não, aqueles que testaram positivo foram colocados em quarentena por 14 dias. Uma cerca de monitoramento eletrônico é usada; em caso de descumprimento da quarentena, a pessoa recebe uma multa. Além disso, o governo incentiva as pessoas de quarentena a ficar em casa, com uma ajuda diária equivalente a R$ 150”, explicou o embaixador taiuanês.

COREIA

Com 51,8 milhões de habitantes, a Coreia do Sul registrava, ontem, 10.613 casos de contágio (0,02%) e 229 mortes. De acordo com Chan Woo Kim, embaixador do país em Brasília, a resposta contra a COVID-19 pode se resumir no Plano 3T (“Teste, rastreamento e tratamento”, pelas iniciais em inglês). “Tivemos a capacidade de realizar até 20 mil diagnósticos diários.  Por meio de um tratamento baseado em sistemas médicos avançados, os doentes se recuperaram rapidamente. Como resultado, 73% dos pacientes foram completamente curados e liberados, apenas 24% estão em tratamento, e é possível verificar uma baixa taxa de mortalidade de 2,1%”, afirmou à reportagem.

“Nossos cidadãos confiaram e aderiram às medidas de quarentena, como atenção especial à higiene, ao distanciamento e ao auto-isolamento, apesar de todo o inconveniente. Por causa disso, a luta contra a COVID-19 foi mais eficiente”, observou Chan Woo Kim. 


REDUÇÃO 

A Alemanha, da chanceler Angela Merkel, contabilizava, ontem, 136.569 casos e quase 4 mil mortos. O número relativamente baixo de óbitos, em comparação com Itália, Espanha, França e Reino Unido, não é motivo de alívio para o embaixador alemão no Brasil, Georg Witschel, no posto desde setembro de 2016. “Ainda não estamos no fim da crise. O número de mortes está aumentando na Alemanha e, por trás de cada uma dessas mortes, há um indivíduo. Perdemos mais de 3 mil cidadãos; isso é uma grande perda, não um sucesso. Desde o início de abril, o número de novos casos vem diminuindo lentamente. Na quarta-feira, Merkel  tomou “medidas cautelosas para amenizar a situação”, segundo Witschel. Ele citou a reabertura de lojas, sob condições especiais de higiene. “As restrições de contato foram ampliadas. Da mesma forma, as restrições de entrada para a Alemanha continuam a ser aplicadas”.

A Islândia, com 350.734 habitantes, amargava oito mortes. A premiê Katrín Jakobsdóttir adotou um plano agressivo de diagnosticar as infecções, traçar contatos sociais e usar a polícia para se comunicar com quem testa positivo para o novo coronavírus. Uma parceria entre o Hospital Universitário Nacional da Islândia e a empresa de biotecnologia deCODE Genetics permitiu a testagem de 10% da população.


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